A verdadeira história de Lobão na lista negra da Globo

Atualizado em 24 de outubro de 2014 às 16:00

lobao

 

“Cometi um crime eleitoral”, disse Lobão no Roda Viva. “Foi no dia da eleição, domingo”. Ele fazia um mea culpa de um apresentação no Faustão 1989, quando  pediu voto para Lula. Hoje, você sabe, ele mudou de ideia e blablablá.

Por causa da molecagem, teria sido “indexado” na Globo. O próprio Roberto Marinho teria ligado para o pai dele, avisando que o cantor estava numa lista negra.

“Doutor Roberto telefonou com muita fleuma: ‘João Luiz, filhos são filhos, mas seu filho não entra mais na minha emissora nem do lado do Paul McCartney”, lembrou. “E assim se sucedeu por onze anos”.

Onze anos.

Ninguém na bancada achou estranho o dono da Globo fazer uma ligação dessas. Lobão afirma que as famílias eram amigas. Além do caráter um tanto absurdo da conversa, trata-se de uma acusação grave de perseguição.

O telefonema, provavelmente, é fictício, como eu já havia falado. Mas não é só isso.

A tal indexação não existiu. Trocando em miúdos: é mentira.

Ele voltou ao Faustão algumas vezes nos anos 90. Não só para cantar, mas para participar de quadros como o “Sexolândia”, com Daniela Perez e Patrícia Travassos. Também esteve no Globo de Ouro defendendo seus hits, vestindo o modelito bermudão com algemas. Possivelmente, graças a um jabá generoso da gravadora.

Existem, porém, duas possibilidades: 1) era um trote de outro Roberto (Dinamite?); 2) aquele não era Lobão. Era Lulu Santos. O verdadeiro Lobão havia sido sequestrado na saída do Faustão, em 89, por Cid Moreira, em conluio com as FARC (que agora andam atuando no Uruguai), num esquema muito bem montado pelo Partido Comunista, sob a orientação de Gonzaguinha e Pedro Rocha.

O próprio doutor Roberto disse há duas semanas, fleumático, durante uma gincana de “A Fazenda”: “Lobão, filhos são filhos, mas, por favor, para. Por favor. Para”.