
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, criticou as restrições que impediram cidadãos brasileiros em Gaza de deixar a região em direção ao Egito. Em entrevista ao UOL, Alzeben expressou preocupação de que as vidas de pessoas provenientes de países em desenvolvimento, incluindo brasileiros, sejam desvalorizadas em comparação com aquelas de nações mais ricas.
Ele afirmou ainda que essa disparidade reflete um desequilíbrio global e enfatizou que a vida dos palestinos é frequentemente considerada de menor valor, sendo tratada como “efeito colateral” em conflitos.
“Não quero exagerar, mas possivelmente é porque somos de Terceiro Mundo e o sangue e a vida daquele Primeiro Mundo vale mais”, disse Alzeben. “É uma realidade. O mundo está tendo um desequilíbrio”
A situação atual envolve cidadãos brasileiros que estão em Gaza e não foram incluídos nas listas de estrangeiros autorizados a deixar a região pela fronteira de Rafah, no Egito. Essa restrição está em vigor desde 1º de novembro, e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil está questionando os critérios utilizados na seleção dessas listas.
Além disso, governos estrangeiros relatam a presença de cidadãos de 44 países em Gaza, juntamente com trabalhadores de 28 agências, incluindo organizações das Nações Unidas. O Egito estima que cerca de 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

Embora a Casa Branca tenha tentado articular uma “pausa humanitária” no conflito, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou que um cessar-fogo não será considerado até que o grupo Hamas liberte reféns. No que diz respeito às vítimas, Gaza registra mais de 9.000 mortes e mais de 32.000 feridos, incluindo um grande número de crianças. O texto também menciona 1.900 feridos e 111 mortes na Cisjordânia. Somando as 1.400 mortes em Israel durante o conflito, o total de mortes no Oriente Médio chega a 10.572 vidas perdidas.
O governo brasileiro está atualmente envolvido em negociações diplomáticas para repatriar os 32 cidadãos brasileiros que se encontram na Faixa de Gaza. Essa iniciativa faz parte da “Operação Voltando em Paz”, que já repatriou mais de 1.400 pessoas ao Brasil, principalmente de Israel e da Cisjordânia.
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