O que a vida sexual escandalosa de Lady W pode ensinar a você. Por Fabio Hernandez

Atualizado em 18 de agosto de 2015 às 15:18
Desse amante arranjado pelo marido Lady W gostou
Desse amante arranjado pelo marido Lady W gostou

Um filme novo trata de um dos maiores escândalos sexuais da velha Inglaterra. O caso ocorreu há mais de 200 anos, mas é ainda riquíssimo em ensinamentos, e é por isso que trato do assunto. O nome do filme é A Vida Escandalosa de Lady W.

W vem de Worsley, o nome do aristocrático marido com quem a protagonista, riquíssima, se casou aos 17 anos, numa época em que as mulheres eram tratadas como propriedade de seus maridos.

Ela é interpretada por Natalie Dormer, de Tudors e Game of Thrones.

O marido de Lady Worsley tinha uma peculiaridade. Era voyeur. Gostava particularmente de vê-la na cama com outros homens. Contemplava o espetáculo pela fechadura da porta enquanto se masturbava.

Lady Worsley, para agradá-lo, aceitou. Segundo rumores da época, ela teve 26 amantes sob o estímulo marital.

Mas havia um problema.

A fantasia sexual de Lord Worsley não dizia nada para ela. Para ela, era apenas uma forma de agradá-lo.

Aconteceu o que era previsto. Ela se apaixonou por um dos homens que seu marido lhe empurrou.

Ela poderia manter o arranjo, caso quisesse. Mas queria uma relação exclusiva com o amante. E então fugiu com ele, em busca de um casamento convencional.

O marido, revoltado, foi à Justiça. Pediu uma indenização milionária do casal.

O julgamento foi sensacional. Chacoalhou a Londres do final do século 18.

Os depoimentos dos que conheciam a história por dentro – das empregadas aos amantes – coincidiram numa coisa. Não foi ela que buscou os outros homens. Foi o marido quem praticamente os enfiou na cama dela.

Numa sentença de enorme significado, o juiz, ao final, concede uma indenização de 1 shilling ao queixoso. Imagine 1 real nos dias de hoje: é mais ou menos isso.

O ensinamento eterno desse tipo de caso é que fantasias sexuais extravagantes só funcionam quando são compartilhadas.

Lorde Worsley era um libertino. Lady Worsley, não.

Não podia dar certo, e não deu.

Meu Tio Fabio, um homem sábio do interior, dizia: “Perversões são como tango: só a dois.”

Tio Fabio estava certo, como sempre.