A vida sábia segundo Goethe

Atualizado em 12 de junho de 2013 às 19:12
Goethe

 

Vi, num livro, um poema de Goethe e fiquei com ele na cabeça. Estava em inglês, e a tradução primorosa fora feita por um dos intelectuais britânicos mais interessantes do século XIX, TH Huxley. Escritor, filósofo e biólogo, ele cunhou a palavra “agnóstico”, que era como ele se referia a si próprio. Huxley se tornaria conhecido como o “Bulldog de Darwin” pela defesa vigorosa que fazia da teoria evolucionista. (O talento da família se manifestaria mais tarde num neto de Huxley, Aldous, o grande autor de Admirável Mundo Novo.)

O poema me impressionou como um pequeno, simples e eficiente manual de conduta. E então decidi compartilhá-lo com os leitores do Diário.

Verti para o português o que já fora vertido antes do alemão para o inglês. Tentei guardar um pouco do ritmo poético, mas seria um exagero dizer que fui bem sucedido.

Ainda assim, o sentido foi inteiramente preservado. Para mim, é o bastante. Espero que para você também.

 

Quer viver uma vida sábia? O primeiro dado

É não lançar olhares sobre o passado.

E ainda que muitas coisas tenham se perdido

Aja sempre como um recém-nascido.

As necessidades de cada dia vão sem estardalhaço aparecer

Cuide delas, e não pense no que no futuro poderá acontecer.

Conceda o justo elogio ao trabalho dos demais

E sobre sua própria obra não diga louvor jamais.

Não tema ninguém e nem ao inimigo deseje a morte

E serenamente entregue a Deus a sua sorte.