A vitimização de Carluxo depois da ação da PF contra Bolsonaro

Atualizado em 18 de julho de 2025 às 12:47
Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. Foto: Divulgação

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) publicou nesta sexta-feira (18) um “desabafo” nas redes sociais, em resposta às medidas cautelares impostas ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) hoje de manhã.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições, como parte de uma investigação da Polícia Federal. Ele utilizou seu perfil no X para defender o pai e afirmar que ele é “vítima de perseguição política”.

“Não escrevo aqui como vereador ou como figura pública, mas como filho revoltado com toda a perseguição que meu pai vem sofrendo de forma criminosa”, escreveu. O vereador afirmou que seu posicionamento representa também o sentimento de “milhões de brasileiros” que enxergam injustiça nas ações contra o ex-presidente.

Na publicação, ele ainda descreveu as restrições judiciais impostas ao pai, que incluem a proibição de uso de redes sociais, contato com outros investigados e até com o filho Eduardo Bolsonaro, que está foragido nos Estados Unidos. “Dói ver meu pai sendo censurado, calado, proibido de sair do país, sofrendo buscas arbitrárias, enquanto assassinos e corruptos vivem de forma livre no nosso país”, declarou.

O vereador também criticou o cenário político atual e afirmou que a perseguição atinge não apenas seu pai, mas simpatizantes do bolsonarismo. “Também é impossível não se revoltar com tudo o que está acontecendo no Brasil, onde milhares de brasileiros são injustamente censurados, presos, condenados com penas desproporcionais, exilados e em alguns casos até mesmo mortos, simplesmente por apoiar meu pai e discordar desse sistema podre.”

“Pai, você me ensinou a ser forte. Me ensinou que não se vende a alma e que seria muito mais fácil estar do lado das facções do que do povo. Hoje eu te digo: você não está sozinho. Estamos com você. O povo está com você. A verdade está ao seu lado. E a verdade irá prevalecer. Fique firme. O autoritarismo não irá prosperar. Nós iremos vencer e liberdade irá triunfar”, concluiu o texto vitimista.

A publicação ocorreu após a Polícia Federal realizar uma operação com mandados de busca e apreensão contra Bolsonaro. Os agentes estiveram na residência do ex-presidente, em Brasília, e em imóveis ligados ao Partido Liberal. A operação foi autorizada por Moraes após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

As medidas restritivas têm como objetivo impedir uma eventual tentativa de fuga do ex-presidente, segundo fontes da investigação. Bolsonaro deverá começar a usar a tornozeleira eletrônica ainda nesta sexta-feira, mas não está definido se a instalação será feita em casa ou em outra unidade da PF.

Também foi determinada a proibição de contato com diplomatas, militares e demais investigados no inquérito. O ex-presidente é investigado por suspeitas de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, obstrução de Justiça e coação no curso do processo