“Abacaxi”: Bolsonaro resumiu seu desprezo pelo país e o vôo cego em que nos meteu. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 3 de abril de 2019 às 21:21

Bolsonaro é a prova de que coerência e sinceridade, per se, não significam nada.

Hitler era coerente, Fagner é coerente, seu cachorro é coerente.

Só os idiotas não mudam de opinião, escreveu Oscar Wilde.

Bolsonaro já declarou que considera sua eleição e sua vida um milagre.

O sujeito nunca acreditou que chegaria aonde chegou. Queria emplacar os meninos. 

Foi eleito por uma facada.

Nesta quarta-feira, dia 3, antes de embarcar de volta ao Brasil após quatro dias de viagem em Israel, ele falou do amigo Netanyahu, cujo nome verdadeiro ele substitui por outro mais palatável.

“Sabemos que Netanael é passageiro, daqui a pouco muda. Eu também sou passageiro no Brasil. Graças a Deus, né? Imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi”, afirmou.

Depois tentou se corrigir.

“Com esse abacaxi, não, com essa quantidade de problemas nas costas. A gente vai tocando o barco”, completou.

Jair foi guindado ao posto que ocupa por uma fatalidade e por um ambiente tóxico.

É um turista acidental, eventualmente um caso clínico de sobrevivente que se acha predestinado.

Daí a quantidade colossal de presepadas que protagoniza.

Seu sentimento pelo país que governa é esse: trata-se de um fardo, um abacaxi.

Portanto, tem de ser destruído.

Não há plano, não há projeto, não há um caminho.

Ele não transmite esperança, apenas ódio e divisão.

O Brasil é um peso para Bolsonaro.

Em pouco mais de três meses, temos um presidente que se declara enfadado com o “abacaxi” que lhe meteram no lugar onde guarda o intelecto.