Abin de Bolsonaro preparou esquema para invasão em massa de computadores, diz PF

Atualizado em 27 de outubro de 2023 às 10:29
Sede da Abin. Divulgação

As apreensões realizadas durante a operação de investigação da conduta de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no suposto rastreamento de celulares têm revelado a existência de um outro esquema clandestino de espionagem usado pelo órgão durante o governo de Jair Bolsonaro.

Os investigadores descobriram, no material coletado e em análise, outros dispositivos invasivos que estavam sendo usados para invadir em grande escala computadores, conforme relatado pelo jornalista César Tralli, da TV Globo e GloboNews.

Uma ferramenta de invasão, por meio de um malware (software prejudicial), é capaz de acessar todo o conteúdo das máquinas, de acordo com fontes.

Essa intrusão clandestina pode ocorrer por meio do envio de e-mails, mensagens de texto, WhatsApp Web, ou mesmo por meio de acesso físico ao aparelho, como o uso de um pen drive, que se torna o alvo da espionagem.

A vítima infectada não tem conhecimento imediato da invasão, e imediatamente os espiões passam a acessar todo o conteúdo do armazenado nos PCs.

Os investigadores agora estão aprofundando suas descobertas para determinar quantos computadores foram infectados e espionados, bem como identificar quem eram os alvos dessas invasões.

As informações relacionadas a isso estão sendo mantidas em sigilo para não prejudicar o progresso das investigações sobre esses sistemas ilegais de espionagem realizados por servidores e ex-servidores da Agência Brasileira de Inteligência.

Na semana passada, uma operação da Polícia Federal revelou um suposto esquema criminoso de rastreamento de celulares conduzido pela Abin. Foram realizados mais de 33 mil acessos para rastrear a localização de aparelhos de ministros do STF, auxiliares, funcionários da corte, servidores públicos, jornalistas, políticos e policiais, entre outros.

A PF executou um total de 25 mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão preventiva em diversos estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. A Agência afirmou que colaborou com a Polícia Federal e alegou que a operação era uma retaliação.

A empresa fornecedora desse sistema também foi alvo das diligências policiais, no entanto, segundo fontes, essa nova descoberta relacionada a invasões de computadores não tem relação com a fornecedora do serviço de rastreamento de geolocalização de telefones, o que abre uma nove frente de investigação.

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