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Abin vê conexões entre empresários do garimpo e caminhoneiros que participaram do 8/1

Caminhoneiro simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) indicaram a participação de transportadoras, donos de caminhões e empresas suspeitas de envolvimento com garimpo ilegal nos atos terroristas realizados por bolsonaristas extremistas em Brasília no dia 8 de janeiro. As informações são da Folha de S.Paulo.

Segundo os documentos entregues à CPI do 8 de janeiro, os agentes afirmaram que 272 caminhões entraram em Brasília a partir de novembro para participar das manifestações concentradas em frente ao quartel-general do Exército, além da destruição das sedes dos Três Poderes.

De acordo com o relatório, cerca de metade dos veículos pertencia a empresas. A maior parte dos demais caminhões era nova ou seminova e estava registrada em nome de pessoas físicas com participação societária em empresas de médio porte do setor agropecuário. Segundo a agência, essas características indicam uma baixa participação de caminhoneiros autônomos.

Manifestações de 7 de setembro de 2021 – Reprodução

Também foram cruzados dados de maquinário encontrado em operações contra crimes ambientais no Pará. Os agentes afirmam que Enric Juvenal da Costa Lauriano, empresário que participava do lobby pró-garimpo, teria ajudado a divulgar canais de arrecadação de dinheiro para o movimento golpista.

O relatório sobre possíveis conexões do garimpo ilegal com os atos golpistas foi elaborado em março pela Abin e distribuído para diversos órgãos do governo federal.

Já o documento intitulado “Participação de grupos econômicos em comboios de caminhões com destino a Brasília” foi elaborado em fevereiro pela agência.

Neste relatório, por sua vez, os agentes revelaram que a ida de caminhões para Brasília ganhou força no começo de novembro. Dos 272 veículos identificados, metade (136) tem registro do Mato Grosso. Os demais têm placas da Bahia (46), Goiás (46) e Paraná (26), entre outros estados.

Segundo a Abin, o perfil dos caminhões é semelhante ao registrado nas manifestações de 7 de setembro de 2021, pois, em ambos os casos, os veículos estavam ligados a empresas ou empresários. Naquela ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro havia atacado o Supremo Tribunal Federal (STF) e, dois dias depois, assinou uma carta de recuo para desmobilizar seus apoiadores que clamavam por um golpe.

“O mesmo repertório de protestos, empregado de maneira combinada, foi utilizado nas duas ocasiões. Além disso, a base social mobilizada também apresentava aspectos comuns”, afirmou a agência.

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Victor Nunes

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