“Absurdo”, diz Lindbergh sobre R$ 3,3 milhões pagos a deputados foragidos

Atualizado em 19 de outubro de 2025 às 15:08
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, falando em microfone, de perfil, sério, gesticulando
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias – Gabriel Paiva/PT

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), defendeu a cassação imediata de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) após vir à tona que a Câmara dos Deputados gastou R$ 3,3 milhões para custear gabinetes de parlamentares presos ou fora do país, sem registro de presença em sessões. “Absurdo! A Câmara já gastou R$ 3,3 milhões com deputados presos ou foragidos, caso da Carla Zambelli e do Eduardo Bolsonaro. Deveriam ser cassados imediatamente!”, afirmou o petista em publicação na rede X.

Lindbergh também publicou um vídeo criticando o deputado bolsonarista, afirmando que “Eduardo está fora do Brasil só conspirando contra o nosso país”. Ambos estão impedidos de receber salários da Câmara por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra Eduardo Bolsonaro em 22 de setembro, acusando-o de articular, junto ao governo do presidente norte-americano Donald Trump, sanções contra o Brasil em razão do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro. As medidas impostas incluíram uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos e a suspensão de vistos a ministros do STF.

Como resposta, o governo Lula lançou, em 13 de agosto, o Plano Brasil Soberano, que prevê R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para fortalecer o crédito e apoiar empresas afetadas pelas tarifas. O programa também amplia a desoneração tributária e reforça a política externa voltada à soberania nacional.

Já Carla Zambelli foi condenada pelo STF, em junho, a 10 anos de prisão em regime fechado e à perda do mandato parlamentar. A parlamentar foi considerada culpada por participar de um esquema que planejava invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e emitir falsos mandados de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Após fugir do Brasil, Zambelli foi presa em 29 de julho. Mesmo afastada, os gastos com seu gabinete continuam sendo cobertos pela Câmara. O caso reacendeu críticas sobre a ausência de mecanismos de controle de verbas públicas destinadas a parlamentares impedidos de exercer suas funções.