Itens luxuosos feitos em metais e pedras preciosas, incluindo diamantes, foram listados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu inventário. A maioria das joias seriam presentes recebidos pelo ex-capitão em suas viagens internacionais. Apenas uma dessas peças foi avaliada em quase R$ 100 mil e incorporada ao acervo privado do ex-mandatário.
Seu acervo inclui um Rolex recebido na Arábia Saudita que é confeccionado em ouro branco e diamantes, com pulseira modelo Presidente, abotoaduras e um rosário árabe, todos em ouro branco. Até mesmo armas são listadas no acervo do ex-capitão.
Três canetas da marca Montblanc também componhem o acervo de Bolsonaro, uma delas inclusive, é uma edição especial em homenagem a Walt Disney, avaliada em R$ 6 mil.
Em sua viagem à Hungria, em fevereiro de 2022, Bolsonaro recebeu de Viktor Orbán, primeiro-ministro do país, um jogo de chá, confeccionado em porcelana branca esmaltada, composta por duas unidades de pires, duas xícaras, uma cremeira, um bule de chá e um açucareiro. A peça foi estimada em R$ 12.331,91.
Artigos de futebol também ganham destaque no acervo do ex-capitão. Há mais de 400 camisetas de diferentes times e uma bola oficial da Copa do Mundo de 2022, autografada pelo jogador Neymar.
Ao todo, mais de 9 mil itens compõem o acervo do ex-presidente que é estimado em milhões de reais.
O escândalo começou após Bolsonaro ter entrado na mira da Polícia Federal (PF) após um de seus aliados tentar reaver, na reta final do governo, joias da Arábia Saudita avaliadas em R$ 16,5 milhões que foram retidas pela Receita Federal. A defesa do ex-presidente nega qualquer irregularidade na tramitação dos itens.
Recentemente, Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou que o ex-presidente devolva alguns dos presentes que apresentam irregularidades em seu recebimento. As joias sauditas entraram na lista de devolução do ministro.