Acordo entre Musk e Bolsonaro contraria os interesses nacionais, diz Janio de Freitas

Atualizado em 22 de maio de 2022 às 9:57
Brasil já tem dados sobre Amazônia
Jair Bolsonaro e Elon Musk
Foto: Reprodução

O colunista da Folha de S.Paulo, Janio de Freitas, criticou o suposto acordo entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk. Na opinião dele, o chefe do executivo federal está entregando a Amazônia ao empresário e humilhando os militares do país.

“Bolsonaro e seu governo levaram a aplicação da proposta militar para a Amazônia ao nunca imaginado. Não só em razão da influência do Exército na composição e na orientação governamentais. Há também as facilidades para exploração criminosa da riqueza natural por garimpeiros ilegais, madeireiros idem, contrabandistas, invasores de terras indígenas e do patrimônio público para fazendeiros e agroindustriais”, comentou.

E acrescentou: “E, criação no atual governo, a interseção de milícias urbanas nessa criminalidade amazônica. Agora se arma o grande avanço. Ou, mais claro, inicia-se a perda da Amazônia”.

Ele fez uma análise sobre o comportamento de Musk no Brasil. “Musk veio ao Brasil para receber, sob as aparências de um acaso feliz, o que levou para os Estados Unidos. É notória a caça de metais preciosos e outros para inovações nas indústrias americanas de carros elétricos e de exploração espacial privada, por foguetes, satélites e telecomunicações. Três entradas no futuro, nas quais Musk é a figura proeminente no mundo”, relatou.

“Bolsonaro comunicou ao país acordos de boca pelos quais ficam contratadas empresas de Musk para monitoramento da Amazônia por satélite; para telecomunicações lá e em outras regiões, e a ele concedido o uso explorativo das informações detidas por órgãos brasileiros sobre o território amazônico, natureza, solo e subsolo”, completou o jornalista.

Vale destacar que o Ministério das Comunicações relatou que não tem nenhum acordo com a empresa de Musk. O plano é seguir com os projetos já existentes com a Viasat, de comunicação via satélite.

“Acordo de boca para empresas de Musk devassarem, por satélite e por meios terrenos, o maior patrimônio natural do território, sobretudo a sua riqueza mineral, de importância decisiva para o amanhã do país. Acordo de boca, de pessoa a pessoa, sem interveniência de qualquer das instituições oficiais ao menos como consulta”, criticou o colunista.

Completando: “Tal acordo é ato de lesa-pátria. Implica violação de exigências constitucionais, contraria os interesses nacionais permanentes (expressão da linguagem militar) e configura violação da soberania sobre parte do território”.

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