“Acredito na justiça divina”: Ticiana, mulher de Joesley, segue a trilha do oportunismo. Por Nathalí Macedo

Atualizado em 5 de novembro de 2017 às 9:35
Ticiana na Chapada Diamantina: “Somos tão pequenos diante da natureza. Mas somos parte dela e de Deus. Acredito na força e justiça divinas”

Este texto está sendo republicado à luz do reaparecimento de Ticiana Villas Boas após seis meses de sumiço. A mulher de Joesley Batista posou na Chapada Diamantina e fez um desabafo idiota no Instagram: “Acredito na força e justiça divinas”

Descobriram a esposa de Joesley Batista, o empresário da JBS que, nas últimas semanas, jogou uma bomba no já caótico cenário político brasileiro.

Ticiana Vilas Boas, ex-âncora do SBT e apresentadora do programa “Duelo de mães”, na mesma emissora, tinha programas patrocinados pelo grupo empresarial do marido.

Na primeira temporada de “Bake off”, por exemplo, um comercial de 30 segundos custava R$ 268 mil. Três marcas do grupo detiam estas cotas.

A apresentadora, que sempre fez questão de priorizar a carreira apesar do conservadorismo do marido – que, segundo consta, “não gosta que a esposa se exponha” (pffff) – manteve-se em silêncio acerca do escândalo no qual ele se envolvera e tomou providências quanto às críticas em suas páginas nas redes sociais: diz-se até que contratou alguém só para apagar os comentários negativos.

Sábia. 

Ninguém merece queimação de filme pelas cagadas do marido. A gente fica só com a parte boa: o apartamento em Nova York, na Baía de Guanabara e os investimentos nos programas culinários de gosto duvidoso.

Segue ela o bom exemplo de Marcelinha – bela, recatada e do lar – que gasta doze milhões no cartão coorporativo com o maridão – sim, cada centavo saiu do seu bolso, nobre “contribuinte” – e depois, num vestido branco singelo, fala em salvar nossas criancinhas.

Ou de Claudia Cruz – Bela, recatada e dólar – que gastou tubos de dinheiro imundo na Suíça e até hoje não prestou contas a Sérgio Moro.

Certamente já está com os olhos menos arregalados a esta altura.

E que não me venham falar em sororidade. Recorte de raça e classe é bom e eu gosto. Eu, mulher nordestina, não tenho obrigação de ter sororidade com mulheres que não têm sororidade com nenhuma mulher brasileira além delas próprias.

Agora, Ticiana “descansa das redes sociais” e espera a poeira baixar, junto com o marido, em seu apartamento luxuoso em Nova York.

É assim que os ricos sofrem.

Enquanto isso, no Brasil, prossegue o caos aberto por Joesley, o ricaço que encara a corrupção com uma naturalidade assustadora.

Em tempo: há mais algum rico neste país que se chame Joesley?