
O professor da Faculdade de Direito da USP, Alysson Mascaro, é investigado pela polícia após denúncias de abusos e assédios sexuais. O inquérito foi aberto em 6 de junho, a pedido do Ministério Público de São Paulo, e está sendo conduzido pela 1ª Delegacia Seccional de Polícia. A investigação foi iniciada após uma denúncia anônima, com base em reportagens que traziam relatos de vítimas.
A Secretaria de Segurança Pública informou que a polícia está ouvindo testemunhas e cumprindo ofícios para esclarecer os fatos. Apesar de a Folha ter tentado contato com a advogada de Mascaro, Fabiana Marques, desde terça-feira (28), a defesa não se manifestou desde maio.
Antes das denúncias, em 30 de novembro, Mascaro publicou uma nota nas redes sociais alegando ser vítima de um crime cibernético e acusando um grupo anônimo de atacar sua honra com acusações falsas.
O caso foi inicialmente analisado pela Procuradoria Justiça do Patrimônio Público e Social da USP, mas, devido à gravidade das denúncias de assédio e estupro, foi encaminhado à 2ª Promotoria Criminal, que acionou a Polícia Civil. Enquanto isso, o caso é discutido na Faculdade de Direito há mais de oito meses. Em 12 de fevereiro, a USP iniciou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Mascaro, que pode resultar em demissão, embora também existam punições mais leves, como suspensão e repreensão.

Segundo relatos de alunos e ex-alunos, Mascaro usava seu cargo para atrair vítimas ao seu apartamento, oferecendo conselhos acadêmicos. Em um caso, um aluno relatou ter sido coagido a ficar de cueca e abraçar Mascaro, que justificou o ato como uma imitação das relações entre filósofos e discípulos na Grécia Antiga.