Acusado de matar Leandro Lo entrou armado em clube por ser PM e se diz “especialista em defesa pessoal”

Atualizado em 7 de agosto de 2022 às 13:14
O PM Henrique Otávio Oliveira Velozo

O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Pereira do Nascimento Lo, de 32 anos, levou um tiro na cabeça numa festa no Clube Sírio, no bairro de Indianópolis, em São Paulo, na madrugada deste domingo (7). 

Está confirmada a morte cerebral do atleta.

Leandro tinha 33 anos, oito Mundiais, cinco Copas do Mundo e oito Pan-Americanos. Foi baleado durante o show de pagode do grupo Pixote dentro do clube.

O autor pôde entrar armado por ser PM. De acordo com o boletim de ocorrência, trata-se de Henrique Otávio Oliveira Velozo. O crime foi registrado como tentativa de homicídio.

O BO relata o seguinte:

“Preliminarmente, trata-se de ocorrência envolvendo o multicampeão mundial de jiu-jítsu Leandro Ló Pereira do Nascimento e o policial Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo. Conforme relatam as testemunhas, o policial Henrique, após breve discussão, se dirigiu à mesa da vítima Leandro, pegando uma garrafa da mesa, em ato contínuo a vítima se levantou, tirou a garrafa da mão do autor e, em golpe de luta, o derrubou e imobilizou. Neste momento, colegas da vítima separaram ambos e pediram “para deixar isso quieto”. O autor, após se levantar, deu a volta na mesa e, de fronte a vítima, sacou sua arma e desferiu disparo, o qual atingiu a região frontal da cabeça da vítima (testa, lado esquerdo). Vítima encontra-se em estado gravíssimo no Hospital Municial Dr. Arthur Ribeiro de Saboya.”

O advogado da família conta que, após o disparo, o agressor ainda deu dois chutes em Leandro no chão e fugiu em seguida. Pouca gente ouviu o barulho do tiro porque o som estava alto.

Leandro Lo

Velozo foi preso.

“Ele chegou, pegou uma garrafa de bebida da nossa mesa. O Lo apenas o imobilizou para acalmar. Ele deu quatro ou cinco passos e atirou”, disse uma testemunha ao G1, que pede para não ser identificada.

No Linkedin, Velozo se apresenta como “especialista em Defesa Pessoal, sendo Docente nas Escolas de Formação da Polícia Militar e atuando como Treinador e Personal Fight em concomitância”.

Também dizia ter “atuação majoritária como gestor de serviço operacional como Comandante de Força Patrulha e Comandante de Força Tática em Batalhões territoriais do Litoral e Capital Paulista desde a formação na Academia de Polícia Militar do Barro Branco e conhecimentos na área de Inteligência Policial e especializado pelo Centro de Inteligência da Polícia Militar (CIPM) atuando como chefe de Agência de Inteligência em Batalhão territorial da Zona Norte de São Paulo”.

Os perfis dele nas redes foram apagados.