Acusado de participar do esquema de Witzel e foragido, Roberto Bertholdo vai se entregar hoje à PF

Atualizado em 31 de agosto de 2020 às 14:02
Bertholdo

O advogado Roberto Bertholdo, que teve a prisão decretada na investigação que levou à suspensão do mandato de Wilson Witzel, vai se entregar hoje à tarde na Polícia Federal.

Ele é considerado foragido desde sexta-feira, quando as prisões foram decretadas.

Bertholdo é acusado pelo Ministério Publico Federal de assinar contratos superfaturados com o governo do Rio de Janeiro em nome da organização social Iabas.

O advogado é um dos que se opuseram a Sergio Moro, quando o então juiz federal em Curitiba começou a se destacar nos processos que envolviam políticos e doleiros.

Em entrevista à Bandnews, em 2005, ele disse que Moro estava proporcionando o monopólio das operações de câmbio.

Não citou nomes, mas é claro que se tratava de Dario Messer, protegido em Curitiba. Hoje, o UOL noticiou que o chamado doleiro dos doleiros confessou em delação crime pelo qual foi absolvido pela substituta de Moro, a juíza Gabriela Hardt.

Bertholdo foi condenado sob a acusação conversas de Moro, que nunca foram divulgadas, mas se sabe que, nessas conversas, há um diálogo dele com Carlos Zucolotto Júnior.

Ficou em preso em Curitiba, onde tem residência.

Bertholdo não quer dar entrevista antes de falar à Justiça.

É importante registrar que, caso o mandato de Witzel continue suspenso, quem nomeará o próximo procurador geral de Justiça é o vice, Cláudio Castro, que já tem ajustado seu discurso ao bolsonarismo.

O futuro procurador geral é peça fundamental no xadrez jurídico-político para ajudar Flávio Bolsonaro a se livrar das acusações de peculato (desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e por lavagem de dinheiro através de uma franquia da Kopenhagen.

Witzel não vale uma lágrima derramada, como se sabe. Mas é inegável que a ofensiva contra ele representa uma vitória da estratégia política em favor de Bolsonaro e do bolsonarismo.