Adam Lambert caiu como uma luva no Queen. Por Emir Ruivo

Atualizado em 19 de setembro de 2015 às 3:18
queenadam
Brian, Roger e Adam

Adam Lambert não é Freddie Mercury.

É por isso que ele caiu tão bem no Queen.

Lambert é um excelente cantor. Se excede nos ad libs aqui e ali, erra uma coisinha ou outra, mas somando e dividindo é um excelente cantor.

O Queen é uma excelente banda. Tem uma sonoridade brega aqui e ali, uma letra piegas ou outra, mas somando e dividindo é uma excelente banda.

Duas coisas sempre se destacaram no Queen: uma é Brian May, um dos guitarristas mais habilidosos do mundo. A outra foi Freddie Mercury. Não foi apenas um dos maiores intérpretes do rock, ou talvez até o maior. Ele se tornou também um ícone pop, como Elvis Presley, John Lennon, David Bowie, Seu Madruga, Mussum.

Adam Lambert é jogado na fogueira que é substituir esse cara. É mais ou menos como substituir o Pelé no Santos.

Seu trunfo para fazer isso tão bem é que ele não é e nem tenta ser um imitador do Freddie Mercury. Faz, à sua forma, muito embora com reverência e respeito, a voz que em algum momento coube a Freddie.

Lambert vem do teatro musical. Teve uma passagem pelo American Idol e lançou alguns trabalhos com sucesso. Nada comparado ao Queen no auge.

O espaço que ganhou no Queen não foi exatamente um presente. Poderia ter sido uma armadilha. É uma posição extremamente delicada. É mexer no vespeiro. O mais fácil seria tentar imitar Freddie. Não iria funcionar. Acabaria por ser mais ou menos como Ceegee Victory substituindo Bob Marley no Wailers ou Wagner Moura substituindo Renato Russo na Legião Urbana.

Por enquanto, Lambert tem muita habilidade para mexer com as vespas.