Advogado de Trump diz que foi ameaçado após aparecer em processo de Bolsonaro; entenda

Atualizado em 22 de agosto de 2025 às 13:53
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado/Reuters

O advogado Martin De Luca, que representa a Trump Media e a plataforma Rumble nos Estados Unidos, afirma que passou a receber ameaças no celular após ter seu número divulgado no inquérito da Polícia Federal que indiciou Jair Bolsonaro. A investigação acusa o ex-presidente de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O relatório da PF foi disponibilizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por entender que atende ao interesse público. No documento, o telefone de De Luca, com prefixo de Nova York, apareceu sem tarja de proteção, assim como o de outros envolvidos na apuração.

“Tão logo o relatório foi tornado público, Martin De Luca recebeu dezenas de ameaças, contra ele e a família dele, no celular. Acreditamos que possa ter sido uma ação premeditada e coordenada, porque as ameaças foram enviadas com grande velocidade até mesmo para o e-mail dele, que sempre foi público”, disse à coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles, uma pessoa próxima ao advogado.

Por orientação de autoridades ligadas ao governo Donald Trump, De Luca evitou se pronunciar publicamente sobre o caso. Um levantamento está em andamento para avaliar se a divulgação de seus dados pode configurar violação da legislação brasileira.

Martin de Luca, advogado de Donald Turmp. Foto: Reprodução

Em resposta, um integrante da cúpula da Polícia Federal afirmou que a inclusão dos dados no inquérito seguiu critérios técnicos. “A investigação precisa conter todos os dados relevantes, para fins de produção probatória, e a atividade da PF é pautada pelo sigilo, premissa que orienta os trabalhos da corporação”, declarou.

O inquérito, aberto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, mostrou trocas de mensagens entre Bolsonaro e De Luca. Em fevereiro deste ano, o advogado ingressou com ações contra Moraes em tribunais dos EUA, acusando o magistrado de censura e de violar tratados internacionais.

A PF afirma que Bolsonaro e De Luca “convergiram na propagação de ações mútuas, quais sejam: amplificar ataques direcionados ao Supremo Tribunal Federal (STF), na pessoa do ministro Alexandre de Moraes, de forma a atingir a jurisdição brasileira, atribuindo descrédito ao Poder Judiciário nacional”.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.