Os Estados Unidos revogaram, nesta segunda-feira (22), o visto de Jorge Messias, advogado-geral da União, em mais uma ação contra autoridades brasileiras. A informação foi confirmada por uma fonte ligada ao governo estadunidense à agência Reuters. A medida faz parte de uma série de revogações de vistos que também atingem outros aliados do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo brasileiro.
Além de Jorge Messias, os vistos de outros integrantes do governo brasileiro também foram revogados, entre eles, o ex-procurador-geral da República José Levi, o ex-ministro do Tribunal Eleitoral Benedito Gonçalves, o juiz auxiliar e assessor do STF Airton Vieira, o ex-assessor do Tribunal Eleitoral Marco Antonio Martin Vargas, e Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, assessor judicial de alto escalão.
De acordo com a Reuters, muitos desses indivíduos têm ou tiveram laços estreitos com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que se tornou uma figura central nas relações tensas entre os dois países.
Essa é a segunda leva de juristas brasileiros que tiveram os vistos cancelados pelo governo de Donald Trump. A primeira foi contra 8 dos 11 ministros do Supremo, quando os EUA pouparam Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Jair Bolsonaro à Corte, e Luiz Fux, que viria dar voto favorável ao ex-presidente no julgamento da trama golpista.
O governo estadunidense tem adotado medidas mais agressivas contra autoridades brasileiras, e a revogação dos vistos pode ser vista como parte de uma estratégia mais ampla para pressionar o Brasil em relação a alegações de violações de direitos humanos e ataques à democracia.
A revogação dos vistos ocorre em um momento de crescente fricção diplomática entre os dois países, especialmente em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL), e seus aliados próximos.
Além das revogações de vistos, os Estados Unidos aplicaram também a Lei Magnitsky contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes. O anúncio foi feito pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e incluiu sanções contra a empresa LEX – Institutos de Estudos Jurídicos, da qual Viviane e seus filhos são sócios.