Advogados bolsonaristas do Paraná queimam livros e repetem nazistas na Alemanha

Atualizado em 6 de dezembro de 2022 às 10:48

Na última sexta-feira, 2, advogados bolsonaristas de Cascavel, no Paraná, resolveram celebrar o Dia dos Criminalistas em grande estilo nazista.

Num ato em frente à subseção da OAB eles promoveram uma queima de livros.

A entidade divulgou nota destacando que a iniciativa “não foi oficial e alheia à sua programação”, que o protesto foi realizado “na parte externa da estrutura, portanto, em ambiente público” e que “quaisquer desdobramentos futuros sobre a ação são de inteiramente responsabilidade de seus idealizadores ou participantes”.

A façanha é de um grupo chamado “Advogados de Direita”. A coisa foi um “repúdio aos desmandos do STF e TSE”.

Em 10 de maio de 1933, os nazistas queimaram montanhas de livros nas praças da Alemanha para realizar uma “limpeza” da literatura.

Tudo o que fosse crítico ou se desviasse dos padrões impostos pelo regime foi destruído. Stefan Zweig, Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch tiveram suas obras transformadas em cinzas.

O poeta nazi Hanns Johst declarou que foi a “necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos estranhos que possam alienar a cultura”.

Seu colega Heinrich Heine enxergou mais longe: “Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas.”

Os volumes incinerados pelos causídicos paranaenses eram de Alexandre de Moraes e o sonho deles era imolá-lo pessoalmente.

Nazistas queimam livros em 1933, na Alemanha
Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.