Aécio, Aloysio, as calúnias e o boato da morte do doleiro Youssef

Atualizado em 4 de novembro de 2014 às 11:59
Alberto Youssef
Alberto Youssef

 

O PSDB poderia, talvez, prestar um serviço a si próprio se não insistisse tanto, e de maneira tão veemente, em subestimar a inteligência dos eleitores, inclusive os do partido.

Da tribuna do Senado, Aloysio Nunes, ex-vice de Aécio, fez um pronunciamento, por um lado, ressentido e, por outro, hipócrita. Recusou o “pedido para diálogo”. “Comigo não! Porque se estende uma mão e a outra mão tem a faca, o punhal para lhe cravar na barriga, para lhe cravar nas costas!”, disse, dramático.

Reclamou também da baixaria petista. “Como é possível descer tão baixo na calúnia, na infâmia, transformar as redes sociais, que são um instrumento maravilhoso da democratização dos debates, da participação social, transformar isso num esgoto, num esgoto fedorento para destruir adversários?”

Aécio, num vídeo de agradecimento a quem confiou nele, foi no mesmo tom. “Disputamos uma eleição desigual, com o outro lado usando como nunca a máquina pública, a infâmia e a calúnia contra nós”.

O lacerdismo mequetrefe teima em brigar com os fatos, mas nada impedirá Aloysio, Aécio e colegas de continuar posando de vítimas e vestais. Se não colou durante a campanha, por que colaria agora?

Alguém acredita realmente que o PSDB não distribuiu golpes baixos a torto e a direito?

O último, desesperado, foi uma mensagem no WhatsApp que circulou no sábado, véspera da votação. Assinada por um certo Roberto Feldmen, identificado como jornalista, dava conta da morte do doleiro Alberto Youssef.

O texto:

URGENTE – O doleiro Alberto Youssef acaba de FALECER depois de ser levado a um hospital na tarde deste sábado (25), em Curitiba.

O Dr. Gileno Setubal, plantonista informou a dois jornalistas que faziam plantão no local, o óbito. Por recomendação expressa de uma pessoa desconhecida, após ter feito o comunicado foi proibida que a informação seja divulgada até o final da votação neste domingo.

Assim como no caso Celso Daniel o PT providenciou uma queima de arquivo. Provavelmente o doleiro faleceu por envenenamento e não por enfarte como será anunciado domingo pela noite. O mesmo PT que neste sábado fez um ato de vandalismo na sede da editora Abril, acaba de realizar mais um crime. Queima de arquivo contra quem poderia depois de apresentadas as provas arruinar com a provável eleição de Dilma.

Não sei se é tempo útil, mas tente repassar esta mensagem para o máximo de eleitores. Não podemos votar o 13 neste domingo. É endossar além da corrupção, a segunda morte de quem sabia demais. Isso é usado no oriente médio, e em ditaduras. Estou chocado.

 

O Estadão, que acompanhou o movimento das urnas no bairro de Higienópolis no domingo, ouviu, entre outros, o vereador pessedebista Andrea Matarazzo, que resumiu seu sentimento e, provavelmente, o de seus companheiros: “É boato, infelizmente. Mas digamos que é um bom boato.”

Bom para quem? Matarazzo é o mesmo que, numa reunião pública na Câmara Municipal de São Paulo, falou para a presidente da Sabesp Dilma Pena que a CPI da estatal não passava de um “teatrinho” e que a comissão “não tem a menor consequência”.

O sujeito que assina a mensagem sobre o assassinato do doleiro é irmão de Jorge Scalvini, que retirou vídeos como o “Helicoca”, do DCM, do ar. Ambos não existem, mas trabalham para a mesma causa.

Youssef, que teve uma queda de pressão, saiu da UTI e voltou à prisão. O médico citado também é fictício. O que persiste e não dá sinais de que vá desaparecer tão cedo é a malandragem travestidade de moralidade.