Aécio detona presidente do PSDB e diz que Doria foi usado por Rodrigo Garcia

Atualizado em 14 de maio de 2022 às 16:22
Aécio Neves
Aécio Neves

O deputado federal Aécio Neves (PSDB) concedeu uma entrevista neste sábado (14) para a Folha e afirmou categoricamente que a culpa do partido ter baixos índices nas pesquisas eleitorais é culpa de Bruno Araújo, presidente nacional da sigla. Ele ainda afirmou que Rodrigo Garcia usou João Doria para virar governador.

Durante a entrevista, ele deixou claro que a candidatura de Doria para o Planalto não passou de um teatro para retirá-lo do cenário. “Desde o início o objetivo foi criar as condições para que João Doria saísse do Governo de São Paulo e permitisse ao Rodrigo Garcia construir a sua candidatura. Não tenho nada contra [Garcia], a candidatura dele é bem-vinda, mas não ao custo da inviabilização do PSDB”, afirmou. “O Doria sempre foi o bode que precisava ser retirado da sala para viabilizar a candidatura do Rodrigo Garcia. Por isso que as prévias foram feitas completamente fora do tempo, sem que houvesse outra candidatura”.

Após ter criticado a candidatura durante todo o processo de prévias, o deputado federal mandou até recado para o inimigo na sigla. “Eu quero que deixar clara a minha solidariedade ao Doria porque uma coisa é você enfrentar um adversário de frente e dizer que ele não era a pessoa adequada para liderar o PSDB. Mas agora se busca uma construção, através de uma encenação burlesca, de uma pesquisa que já se sabe o resultado. Querem dizer: não pode ser o Doria porque ele tem uma alta rejeição, então tem que ser a Simone”.

Questionado quem o PSDB deve apoiar, Lula ou Bolsonaro, ele escorrega e garante que irá defender candidatura própria. “Indicar uma candidatura própria mesmo que seja para perder. Perder unido nesta hora é uma grande coisa”.

Árduo defensor de Bolsonaro nos últimos tempos, Aécio até falou que não vê risco em golpe. “Eu acho certo exagero achar que Bolsonaro possa atentar contra a democracia. Ele não terá forças e condições para isso”.

E ele encerrou tentando desmentir que não questionou o resultado das eleições de 2014. “Criou-se essa narrativa que eu contestei o resultado das eleições. Mentira. Às 20h30, quando o TSE anunciou o resultado, eu liguei para a candidata Dilma Rousseff para parabenizá-la pelas eleições, desejando que ela pudesse ter forças e condições de unir o Brasil. Essa é a liturgia que as democracias cumprem”.