O deputado federal Aécio Neves reassumiu nesta quinta-feira (26) a presidência do PSDB após quase 13 anos afastado da direção nacional. O retorno ocorre em meio a um cenário distinto daquele de 2013, quando o parlamentar articulava sua candidatura ao Planalto e o partido ainda exercia papel de destaque no debate nacional. A legenda busca reorganizar sua atuação para as próximas disputas eleitorais.
A recondução de Aécio foi formalizada em reunião interna que marcou a saída de Marconi Perillo do comando partidário. A mudança ocorre a menos de um anos das eleições de 2026, período em que a sigla tenta reconstruir bases estaduais e retomar espaço perdido na Câmara e no Senado. O PSDB vem acumulando baixas sucessivas desde 2018, com redução da bancada.
Nas últimas semanas, Aécio passou a intensificar conversas com diretórios regionais sobre a estratégia nacional da sigla. Em entrevista à CNN, o deputado afirmou publicamente que o partido mantém posição de oposição ao PT há décadas, destacando que essa postura antecede o bolsonarismo.
Em outra declaração, também à CNN, Aécio mencionou que a perda de protagonismo do PSDB nos últimos anos trouxe efeitos negativos para o país. O deputado afirmou que o novo comando busca “retomar identidade” e preparar a legenda para apresentar candidaturas competitivas no próximo ciclo eleitoral.
Na entrevista, Aécio também declarou que o PT e o bolsonarismo “se alimenta do radicalismo”, ao comentar a disputa nacional entre os dois campos políticos. Segundo ele, o PSDB tenta se reposicionar no cenário político em meio à disputa entre esses grupos.
A atual cúpula do partido trabalha para recompor apoios nos estados, especialmente em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, regiões historicamente centrais para a legenda. A direção nacional avalia novas filiações e negocia alianças locais para evitar novas reduções de espaço institucional.