Afundamento de Maceió é mais lento, mas cidade continua em “estado de alerta”

Atualizado em 4 de dezembro de 2023 às 17:51
Crateras causadas pelo afundamento já fazem parte das ruas de Maceió. Foto: reprodução

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), anunciou uma diminuição na velocidade do afundamento na região da mina 18 da Braskem, localizada no bairro do Mutange, zona leste da capital alagoana. Durante um pronunciamento em Brasília, ele informou que o ritmo reduziu para 0,25 centímetros de afundamento por hora, o menor desde o início do monitoramento após novos abalos sísmicos no dia 28.

“Chegamos a 5 centímetros de afundamento, agora estamos em 0,25. Ou seja, é o menor patamar desde o dia 28”, destacou o prefeito. No sábado (2), já havia sido registrado uma redução para 0,7 cm/h. Apesar da diminuição, a Defesa Civil de Maceió mantém a classificação da área como de risco iminente de colapso.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, também se pronunciou sobre a situação, assegurando que o desastre ambiental em Maceió não afetou nenhum ponto turístico significativo. Ele tranquilizou os turistas, afirmando que devem manter suas programações, pois os principais atrativos da cidade, como a avenida Litorânea, praias, aeroporto e hotéis, não estão sendo impactados pelos afundamentos.

Apesar da redução na velocidade do afundamento, a capital alagoana continua em estado de alerta. Nesta segunda completa-se uma semana desde o aviso sobre o risco iminente de colapso na mina, capaz de gerar uma cratera com dimensões equiparadas ao estádio do Maracanã.

Rachaduras causadas pelo afundamento colocam imóveis em risco. Foto: reprodução

O alerta sobre a situação nos arredores da mina foi emitido pela Defesa Civil de Maceió na última quarta-feira (29), resultando na orientação de evacuação da população próxima e na decretação de estado de emergência pela prefeitura.

Os problemas no solo em Mutange começaram em 2018, quando tremores de terra afetaram a região, danificando milhares de residências e estabelecimentos comerciais. Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil concluiu que a mineração da Braskem em uma área de falha geológica foi a causa dos danos.

Após o laudo, a Braskem suspendeu suas atividades de mineração em 2019, embora a exploração de sal-gema tenha começado em 1979. A situação na região continua sob monitoramento constante, com desafios persistentes para garantir a segurança da população local.

A instabilidade do solo, agravada por décadas de mineração pela Braskem, resultou na evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas. A empresa encerrou a extração de sal-gema um ano após o primeiro tremor em 2018.

A Braskem alega estar adotando medidas para o fechamento dos poços de sal, conforme plano aprovado pela ANM, com 70% de avanço nas ações e conclusão prevista para meados de 2025.

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