Agente da PF que atuou na Lava Jato diz que investigadores usaram sistema de grampos “não homologado”

Atualizado em 25 de junho de 2021 às 16:05
Procuradores da Operação Lava Jato: uma gangue de caçadores (crédito: divulgação)

Em depoimento de 31 de maio ao juiz federal Victorio Giuzio Neto, de São Paulo, o policial federal Rodrigo Prado, que atuou na Lava Jato, afirmou que investigadores utilizaram grampo telefônico.

O termo do testemunho foi enviado na quinta feira, dia 24, pela defesa de Lula ao ministro Ricardo Lewandowski, do STF, na ação em que o ex-presidente teve acesso a conversas hackeadas entre procuradores de Curitiba e Moro.

“A Polícia Federal está desenvolvendo um sistema próprio de interceptação que vai fazer a mesma coisa que o sistema Guardião faz”, diz Victorio a Zanin.

“A gente sempre evitou, é, usar esse sistema enquanto não tivesse homologado porque corria o risco de perder um áudio. Então eu não me recordo, no âmbito da Lava Jato, desse sistema ter sido utilizado. A gente usava para investigações menos relevantes. Investigações em que eu pudesse assumir o risco de perder uma ligação”.

Prado foi o responsável pela instalação ilegal do grampo na cela do doleiro Alberto Youssef e por selecionar os trechos da famosa conversa entre Dilma e Lula. Foi chamado de “a caixa preta da Lava-jato”.

Ele não falou se o diálogo entre os petistas foi obtido por meio do sistema não oficial.

Ao STF, Zanin apontou que a existência de um sistema que não está “homologado” é ilegal e mostra “a extensão da corrosão do Estado de Direito” praticada pela Lava Jato.

O cadáver desses paladinos da justiça precisa ser exumado urgentemente.