
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Congresso Nacional cobrou, nesta quarta-feira (9), uma postura diplomática firme e estratégica por parte do Brasil frente à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros.
A entidade defendeu “cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações” como caminho para evitar prejuízos ao agronegócio nacional.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se manifestou sobre o impacto da tarifa. A organização afirmou que a prioridade do governo brasileiro deve ser “preservar a relação comercial histórica e complementar entre os países”. Segundo Ricardo Alban, presidente da CNI, “não existe qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho, elevando as tarifas sobre o Brasil do piso ao teto”.
Alban destacou ainda que os efeitos podem ser severos para a indústria brasileira, fortemente integrada ao sistema produtivo norte-americano. “Uma quebra nessa relação traria muitos prejuízos à nossa economia. Por isso, para o setor produtivo, o mais importante agora é intensificar as negociações e o diálogo para reverter essa decisão”, declarou.
A FPA alertou que a nova tarifa terá consequências diretas sobre o setor agropecuário, afetando o câmbio, encarecendo insumos importados e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras. Em nota oficial, os parlamentares afirmaram que o setor teme “um retrocesso nas conquistas comerciais obtidas nos últimos anos”.
A entidade reiterou a importância de fortalecer o diálogo bilateral, a fim de evitar o isolamento do Brasil nas tratativas internacionais. A diplomacia, segundo a FPA, continua sendo o caminho mais eficaz para restabelecer o equilíbrio nas relações comerciais com os Estados Unidos.

Já a CNI destacou que os impactos da tarifa já são sentidos por empresas brasileiras. Resultados preliminares de uma consulta realizada entre junho e o início de julho mostram que um terço das companhias que exportam para os EUA relatou prejuízos, mesmo quando ainda vigorava a tarifa básica de 10% e outras medidas setoriais.
Por fim, a confederação observou que os próprios americanos também devem enfrentar efeitos negativos com a decisão de Trump. “A tarifa afeta a economia americana. O relacionamento bilateral é marcado por complementariedade, isto é, o comércio bilateral é composto por fluxos intensos de insumos produtivos”, concluiu a CNI.