Ah, uhu, o CNMP é nosso: o caso de Dallagnol e do procurador suspenso por chamar Bolsonaro de “bunda-suja”

Atualizado em 13 de agosto de 2019 às 22:49
Dallagnol e sua “laranja”, a procuradora Thaméa Danelon

O CNMP decidiu suspender por 30 dias o procurador de Justiça da Bahia Rômulo de Andrade Moreira.

Moreira foi acusado de ofender a honra do presidente Jair Bolsonaro por causa de um post intitulado “Eu detestaria estar no lugar de quem venceu”.

A bela frase é de Darcy Ribeiro.

“Optou-se por um sujeito fascista, preconceituoso, desqualificado, homofóbico, racista, misógino, retrógrado, arauto da tortura, adorador de torturadores, amante das ditaduras, subserviente aos militares”, escreveu.

“Enfim, um ‘bunda-suja’ (como os militares de alta patente designam aqueles que não subiram na carreira, o caso do capitão, que não era respeitado nem pelos seus superiores)”.

Pela decisão, Moreira ficará um mês afastado sem salário.

Para o relator do caso, Luciano Maia, ele “violou deveres legais de manter pública e particularmente conduta ilibada e compatível com o exercício do cargo e de zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções, e pelo respeito aos membros do Ministério Público, aos magistrados e advogados”.

Ok, ok. Moreira perdeu a linha e deu na medalhinha de Jair.

O fato é que aquele mesmo fórum, naquela mesma terça, julgou Deltan Dallagnol.

O CNMP reabriu uma investigação contra Dallagnol, alvo de nove representações.

Um recurso foi rejeitado e Dallagnol responderá processo administrativo disciplinar por criticar ministros do Supremo Tribunal Federal durante uma entrevista à CBN. 

Sem suspensão.

Não é difícil ver quem, entre Moreira e Dallagnol, teve conduta menos “ilibada” e não zelou pelo “prestígio da Justiça”. 

DD é um morto vivo e não tem mais serventia.

Vai ficar esperneando no Twitter, se defendendo e roendo as unhas enquanto novos vazamentos vão sendo revelados.

Mas seus pares o consideram, depois de tudo o que se viu, mais inofensivo do que um homem que chama o capitão de “bunda-suja”.

Aha, uhu.