O presidente do STF, Dias Toffoli, acolheu pedido da defesa de Flávio Bolsonaro — o Zero 1 – e suspendeu as investigações em curso que tenham como base dados do Coaf e da Receita Federal sem autorização prévia da Justiça.
Responsável pelo plantão no recesso do Judiciário, assinou a decisão na segunda, dia 15, mas o conteúdo foi divulgado um dia depois.
Numa canetada, liberou geral a vida de corruptos e milicianos.
No fim de 2018, o Coaf apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Verificou-se movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, amigo da família, ex-factotum de Flávio à época em que ele era deputado estadual.
Em janeiro, Luiz Fux já havia mandado suspender investigação instaurada pelo Ministério Público contra Queiroz e o ex-chefe.
Ao retornar das férias, o relator Marco Aurélio Mello negou o pedido do senador.
Os bolsonaristas não precisam se incomodar em fechar o Supremo.
Não foi necessário, como pediu Eduardo num vídeo famoso, um cabo e um soldado para o serviço.
Em maio, Toffoli participou de um café da manhã no Palácio da Alvorada em que Bolsonaro defendeu um “pacto” entre os três poderes da República para aprovar reformas, especialmente a da Previdência.
Ora. Isso é papel do Executivo e do Legislativo.
Posou para fotos patéticas com Jair e Joice Hasselmann fazendo coraçãozinho com as mãos.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) chamou atenção, inutilmente, para a necessidade de manter independência e resguardar a “imparcialidade” do Poder que ele representa.
“É muito bom termos aqui a Justiça ao nosso lado”, falou Bolsonaro, num de seus abraços héteros.
Toffoli é santo de casa e faz milagre. In Toffoli we trust.