Alckmin convoca reunião de emergência após operação policial com 64 mortes no RJ

Atualizado em 28 de outubro de 2025 às 18:51
O vice-presidente Geraldo Alckmin. Foto: Divulgação

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou nesta terça-feira (28) uma reunião de emergência com ministros para discutir a operação de segurança realizada no Rio de Janeiro. O encontro, realizado no Palácio do Planalto, contou com a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, e teve como objetivo alinhar a postura do governo federal diante da crise.

A operação, que mobilizou 2,5 mil agentes de segurança, visava capturar lideranças criminosas ligadas ao Comando Vermelho e impedir a expansão da facção. As ações concentraram-se nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense, e deixaram dezenas de mortos, entre suspeitos e policiais.

A escalada da violência provocou atritos políticos entre o governo federal e o governo do Rio de Janeiro, levando à convocação urgente da reunião. Durante o encontro, os ministros avaliaram as reações públicas e as críticas do governador Cláudio Castro, que afirmou que o estado estava “sozinho” no combate ao crime.

Em coletiva, Castro disse que o governo Lula mantém uma “política de não ceder” em pedidos de apoio para crises de segurança. As declarações ampliaram o clima de tensão institucional e levaram o Planalto a reforçar a coordenação entre ministérios e forças federais para tratar do tema.

O governo federal, por meio da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rapidamente rechaçou as declarações de Castro, argumentando que o estado havia sido negligente em solicitar o auxílio necessário.

Em resposta, Castro entrou em contato com a ministra para se desculpar e esclarecer que sua fala não tinha a intenção de responsabilizar o governo federal pela crise de segurança no Rio. Ele alegou que estava apenas respondendo a uma pergunta feita por um jornalista sobre o episódio.

Durante a conversa, Gleisi questionou ele sobre os supostos pedidos de ajuda do governo estadual, e o governador reconheceu que, de fato, não havia solicitado a utilização das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), um mecanismo que poderia ser utilizado em situações como a atual.

O GLO, que autoriza o emprego das Forças Armadas em apoio à segurança pública, foi uma medida adotada em outras ocasiões, mas, nesse caso, Castro admitiu que não havia tomado as providências para solicitar a edição do decreto que autoriza sua aplicação.

O governo federal destacou que a responsabilidade pela segurança pública é compartilhada, e que o auxílio federal sempre esteve disponível. No entanto, a falta de solicitação formal por parte do governador gerou questionamentos sobre a postura do governo estadual.

A ministra Gleisi Hoffmann, em declarações públicas, afirmou que o governo federal está sempre disposto a colaborar, mas que é necessário que o estado faça os pedidos formais para que as medidas de apoio sejam implementadas de maneira eficaz.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.