
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou como “injusta” a tarifa anunciada por Donald Trump aos produtos brasileiros, em declaração feita antes da oficialização da alíquota de 50%.
“Dos dez produtos que eles mais exportam para nós, [em] oito a alíquota é zero, não paga imposto, a alíquota é zero, é o chamado X-tarifário, então, é uma medida que, em relação ao Brasil, é injusta e prejudica para a própria economia americana, porque você tem uma integração na área comercial”, afirmou Alckmin, ao comentar o tema antes de a medida ser oficializada por Trump.

Dados do governo brasileiro mostram que as exportações para os Estados Unidos cresceram 9,4% em 2024, totalizando US$ 40,3 bilhões, com destaque para produtos como ferro, aço e aeronaves. As importações de produtos americanos também subiram, em 7,1%, somando US$ 40,6 bilhões, o que gerou déficit para o Brasil no comércio bilateral.
Apesar da tensão diplomática gerada pela decisão, Alckmin afirmou que o governo brasileiro não pretende alterar o tom da relação com Washington. “Temos 200 anos de amizade com os Estados Unidos. Este ano completamos 201 anos. Temos um enorme potencial de parcerias em modelo ganha-ganha”, disse ele.
A medida anunciada por Trump foi divulgada em comunicado oficial e estabelece que todas as exportações brasileiras, inclusive aquelas redirecionadas por outros países, serão tributadas com a nova alíquota de 50%. O republicano ainda condicionou a decisão ao julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, onde o ex-presidente é réu por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.