
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste sábado (25) que “não há temas proibidos” na reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para este domingo (26) na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). O encontro deve tratar de temas sensíveis, como o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros e as recentes ações militares americanas na América do Sul.
Segundo Alckmin, o clima é de otimismo e o Brasil está disposto a discutir todos os assuntos que envolvem a relação bilateral. “É um encontro de dois líderes que vão defender os seus países e trabalhar para fortalecer a relação Brasil–Estados Unidos. Acho que tem uma avenida pela frente. O presidente Lula falou que não há tema proibido”, afirmou o vice em coletiva de imprensa em São Paulo, antes de participar do ato pelos 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog.
O vice-presidente destacou que, além da pauta comercial, há interesse mútuo em temas tecnológicos e energéticos. “Tem outros temas, como data center. Isso é um estímulo forte para atrair investimentos. Tem estado americano que proibiu data center porque não tem energia. O Brasil tem energia abundante e renovável. Temos terras raras e uma pauta extensa de possibilidades de parceria de ‘ganha-ganha’”, explicou.

A reunião acontece em um momento de tensão diplomática. Os Estados Unidos, sob a liderança de Trump, intensificaram o processo de intervenção na Venezuela, com bombardeios a embarcações. Paralelamente, o governo brasileiro tenta negociar a revogação das tarifas de até 50% aplicadas por Washington sobre produtos nacionais, entre eles o aço e a carne bovina.
De acordo com Lula, que já se encontra na Ásia, o objetivo é abrir um canal de diálogo direto com Trump. “Espero que a reunião aconteça. Vim com a disposição de que possamos encontrar uma solução. Não tem exigência minha e nem dele ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução”, disse o presidente, em declaração à imprensa.
O governo brasileiro acredita que a reunião pode ser um passo importante para reequilibrar a relação comercial entre os dois países, historicamente aliados. Alckmin reforçou que Brasil e EUA compartilham “201 anos de parceria”, e que há espaço para ampliar acordos estratégicos em energia limpa, tecnologia e infraestrutura.