Alckmin pressiona governo Trump e cobra negociação sobre tarifaço contra o Brasil

Atualizado em 24 de julho de 2025 às 18:43
Geraldo Alckmin e Luiz Inácio Lula da Silva conversando, de lado, sem olhar para a câmera
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Divulgação

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (24/7) que manteve diálogo direto com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, sobre o tarifaço imposto pelo governo Donald Trump a produtos brasileiros. Segundo Alckmin, a conversa aconteceu no sábado e durou cerca de 50 minutos.

Durante a reunião, o ministro destacou o interesse do Brasil em encontrar uma solução negociada para a questão tarifária. Ele afirmou que apresentou todos os pontos relevantes e defendeu que as medidas comerciais não sejam contaminadas por motivações políticas ou ideológicas. “A conversa foi boa, importante”, declarou.

A sobretaxa imposta pelos EUA tem causado preocupação em diversos setores da economia brasileira, especialmente os voltados à exportação de alimentos e bebidas. Empresários afetados têm pressionado o governo a agir com rapidez diante do impacto da medida, que ameaça empregos e investimentos.

Alckmin afirmou que a iniciativa faz parte dos esforços do governo Lula para manter os canais diplomáticos abertos com a gestão de Trump. Apesar das divergências políticas, o vice-presidente ressaltou a necessidade de preservar o diálogo institucional para garantir estabilidade econômica e comercial.

O Brasil ainda estuda medidas adicionais para lidar com o impacto das tarifas, que podem incluir recursos na Organização Mundial do Comércio (OMC) e incentivos emergenciais a empresas exportadoras. Setores como o de sucos, carnes e produtos processados estão entre os mais atingidos.

Enquanto isso, outros entes da federação, como o governo de São Paulo, já anunciaram ações complementares. O governador Tarcísio de Freitas lançou linha de crédito e restituições tributárias para amenizar as perdas. A resposta diplomática do governo federal é vista como fundamental para conter os efeitos da nova política comercial adotada por Trump.