A ativista Heluana Quintas, de Macapá, disse hoje na live do DCM Café da Manhã que vê com estranheza a decisão de Luís Roberto Barroso de adiar as eleições municipais na cidade.
“A justificativa é que há protestos e a segurança pública não pode ser garantida, mas o problema da falta de energia atinge outros 12 municípios, onde também há protesto, e a eleição não foi adiada.
Para ela, Barroso está favorecendo o irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é candidato a prefeito e caiu 9 pontos nas pesquisas depois que a cidade ficou sem eletricidade.
Josiel Alcolumbre, do DEM, tinha 31 pontos na pesquisa anterior do Ibope. Na última rodada, divulgada ontem, ele apareceu com 22.
Patrícia Ferraz, do Podemos, e Antonio Furlan, do Cidadania, passaram de 11 para 15 pontos, e uma vitória de Josiel no primeiro turno, antes possível, teria chances mínimas com a virada do eleitor depois do apagão.
A análise de Heluana Quintas faz todo sentido, e joga sobre Barroso a nuvem da suspeita.
Heluana falou do drama que a cidade enfrenta sem energia e comparou a situação à vida em Bacurau, cidade fictícia criada pelo diretor Kleber Cavalcanti Filho no filme premiado.
“Estão riscando o Amapá do mapa”, afirmou.
Ela responsabiliza a privatização da linha de transmissão pelo ocorrido. “A privatização, pouco transparente, não levou em consideração os interesses do povo”, afirmou.
O médico sanitarista Mario Kato, que também participou da live, falou sobre as interferências políticas na Anvisa e a nova indicação de Bolsonaro para a agência, que é fundamental para os serviços de saúde pública oferecidos no Brasil.
Bolsonaro publicou no Diário Oficial da União a indicação do tenente-coronel Jorge Luiz Kormann para a vaga da farmacêutica Alessandra Bastos Soares, cujo mandato se encerra no dia 19 de dezembro.
“Sai uma técnica e entra mais um militar, num momento em que a Anvisa está com sua credibilidade abalada com a suspeita de decisão política no caso da paralisação dos testes da Coronavac”, disse.
A suspensão ocorreu depois de um óbito que não tem nenhuma relação com os testes para aprovação da vacina. Ontem, a Anvisa recuou, mas o risco de que a Anvisa volte a tomar decisões políticas preocupa a comunidade médica e científica do país.
Kato também falou sobre o comportamento de Sergio Moro — e dos seus satélites na 13a. Vara da Justiça Federal em Curitiba — nos atos relacionados aos processos de Lula.
“Moro sempre tomava uma decisão impactante quando havia alguma decisão relacionada ao pré-sal que estava para ser tomada. Vejo que pode ter havido uma tentativa de desviar o foco da sociedade”, disse.
Veja a live: