Se Davi Alcolumbre, presidente do Senado, foi chantageado no passado, por conta da suposta ajuda que deu a um desembargador adúltero no Amapá, não é possível saber.
O colunista que publicou a notícia, em sua estréia no jornal Metrópole, de Brasília, não deu detalhes, apenas lançou fumaça. Esta foi a nota dele:
O tema de hoje é Davi Alcolumbre, senador eleito pelo Democratas do Amapá. E o foco da coluna não é o que acontece no Congresso, mas sim fora dele.
Vamos lá: soubemos que o senador se envolveu em uma história digna de filme policial. Brasileiro, lógico, daqueles sem muita qualidade. Quando ainda era deputado federal, Alcolumbre caiu em uma gravação comprometedora por conta de um amigo desembargador eleitoral do Amapá. O magistrado tinha uma amante e quem fazia, gentilmente, o favor de depositar uma quantia mensal a ela era o então deputado.
Um belo dia, Bruno, o marido traído, instalou um gravador e conseguiu provas que vão muito além do simples adultério. A questão é que, quando eleito senador, Alcolumbre foi vítima de chantagens do corno, que ameaçava expor o áudio.
Só sei que o silêncio, meu amor, custa caro. Neste caso, então…
Como diz o ditado, fumaça é indício de fogo, e no caso o fogo é de chantagem mesmo, não a que supostamente houve no passado, mas do presente.
Alcolumbre parece ser alvo de uma campanha difamatória depois que decidiu devolver a Jair Bolsonaro a MP 979, que dava ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, o poder de nomear reitores de universidades e escolas técnicas federais durante a pandemia.
Depois da nota, o autor, Leo Dias, passou a ser um dos assuntos mais comentados da rede social, num movimento característico do gabinete do ódio, que funciona assim, conforme explicou Joice Hasselmann, que andou muito com essa turma e, em razão disso, a conhece bem:
“Eles escolhem uma pessoa e essa pessoa é massacrada. Eles se escondem atrás de um perfil, como ‘Ódio do Bem’, ‘Isentões’ e ‘Let’st Dex’”, revelou.
No caso, não foi um perfil falso, mas de um colunista controverso, que, durante a campanha eleitoral, fez declarações positivas sobre Bolsonaro.
Leo Dias também é alvo de uma disputa judicial com a cantora Anitta, que passou a ser alvo dele depois que fez críticas a Bolsonaro, por conta da má gestão durante a crise do coronavírus.
“Eu tinha muito medo. Por muitos anos tive esse medo. Hoje, graças a Deus, aos 27 anos, não tenho mais medo. O público sabe quem são as pessoas. Não sou a senhora da razão. Eu respondi que não queria mais ser alvo de ameaça, de chantagem”, disse Anitta.
Hoje, por decisão judicial, o colunista é proibido de mencionar o nome de Anitta.
No movimento no Twitter para levantar o nome de Leo Dias, depois do ataque a Alcolumbre, muitos comentários vão na linha de que ele, como colunista de fofoca, poderá derrubar Jair Bolsonaro.
Como assim? É o tipo de postagem que parece destinada a encobrir o fato de que o beneficiário do ataque a Alcolumbre é Bolsonaro.
Pelo que demonstram as publicações do próprio colunista até aqui, o risco de Bolsonaro se tornar alvo é zero.
Leo Dias, ao estrear sua coluna num jornal de Brasília, anunciou, pelo Twitter.:
“Fico pensando como tá a cabeça dos políticos com a minha chegada. Uma coisa é lidar com a Bergamo, com o Lauro Jardim…. pessoas de renome. Agora lidar com um louco desvairado. EU SOU O CORINGA”.
Talvez ele esteja mais para Allan dos Santos, do Terça Livre.
Ele já anunciou seu próximo alvo: “Um deputado do PT”.