Regina Duarte não se manifestou sobre a morte de Flávio Migliaccio.
Nem sobre a de Aldir Blanc.
Ficou em silêncio sobre o falecimento de Rubem Fonseca, de Moraes Moreira, de Garcia-Roza.
No caso de Migliaccio, uma perversidade especial: ele era ator como ela.
Mais do que isso: chegaram a atuar juntos em novelas.
Ele deixou um bilhete de suicida de cortar o coração.
“Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos, como tudo aqui”, escreveu.
“Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. E com esse tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje!”
Flávio se referia à nação que tem Regina como secretária de Cultura.
Por que ela não dirá nada sobre esses artistas que nos deixam irremediavelmente mais pobres?
Por medo de Bolsonaro e de seus milicianos virtuais, segundo a mídia reporta. Isso vai atém da covardia. Isso não é coisa de gente.
A razão verdadeira, porém, é outra: quem morreu foi Regina Duarte.
Flávio, Aldir, Rubem — estão todos vivos.
Regina é um cadáver moral, apodrecendo mais a cada dia ao lado dessa gente porca.
Que não descanse em paz.
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