Além da maçonaria: Zambelli casou “sob a bênção” de grupo investigado no Vaticano e no MP por tortura, estupro e humilhação

Atualizado em 14 de abril de 2020 às 16:25
Zambelli ao lado do padre Alex Brito, do Arautos do Evangelho, e Ives Gandra Martins (reprodução do Facebook)

A deputada Carla Zambelli fez sua festa de casamento com o coronel Aguinaldo de Oliveira, diretor da Força Nacional de Segurança, e está apanhando de seu gado.

O convescote se deu na sexta, 14, loja maçônica Grande Oriente do Brasil, em Brasília, e contou com a presença de Weintraub, Moro e Regina Duarte.

Moro pegou o microfone para fazer um discurso em que chamou a noiva de “guerreira” e disse que ela merecia uma “medalha”.

“Não é todo mundo que sai na rua com coragem para protestar, para manifestar pelo bem do país. Eu, sinceramente, não sei se teria esse tipo de coragem”, falou.

Nas redes, Zambelli está justificando para os evangélicos seu abraço na maçonaria.

Em dezembro do ano passado, o casório no religioso ocorreu na capela Arautos do Evangelho, em Mairiporã, no interior de São Paulo.

Segundo ela mesma, trata-se de “uma igreja conservadora e abençoada”. É um pouco pior que isso.

O Ministério Público de São Paulo apura denúncias de humilhações, tortura, assédio e estupro por integrantes do grupo dentro da sede na Serra da Cantareira, um edifício em formato de castelo.

Em uma das denúncias, o fundador, monsenhor João Clá Dias, de 80 anos, é acusado de abuso sexual por uma jovem órfã de mãe, hoje com 27 anos, que veio ao Brasil estudar com os fanáticos.

Em carta, ela relata que, aos 12 anos, foi abusada pelo líder, que tocou seus seios e nádegas e a beijou.

Um fiel afirma que foi drogado e internado em uma clínica psiquiátrica sem autorização da família. Há suspeitas também de evasão de divisas.

Em 2017, o Vaticano abriu uma investigação e nomeou uma espécie de interventor. Dissidência da TFP, os Arautos têm que marchar em formação militar com uma indumentária medieval.

Eles se defendem alegando que são vítimas de “campanha difamatória de intolerância religiosa”.

DIREITO DE RESPOSTA

No exercício de seu direito de resposta, a Associação Arautos do Evangelho do Brasil, visando fazer prevalecer a verdade, repudia o título difamatório e as falsas acusações contidas na reportagem “Além da maçonaria: Zambelli casou “sob a bênção” de grupo investigado no Vaticano e no MP por tortura, estupro e humilhação”, publicada em 15/02/2020, a qual, movida talvez por aversão ideológica a determinadas pessoas do meio político, deixou de lado o rigor jornalístico e acabou por difamar gratuitamente essa entidade com uma série de afirmações inverídicas. 

Sobre a suposta notícia de estupro que teria ocorrido dentro de uma de suas sedes, é apenas um entre outros relatos que foram claramente forjados na tentativa de vilipendiar a entidade. Nesse caso, foi feito por uma ex-integrante canadense, sem quaisquer provas nem sequer testemunhas, e contendo uma série de absurdos e contradições narrativas que foram facilmente contestadas por outras colegas que conviveram com ela.

Essa falsa acusação é semelhante a outra que gerou o inquérito 2311938/2019, o qual, após minuciosa apuração, foi encerrado sem indiciamento, por determinação da delegada responsável, devido às inúmeras contradições e fantasias constantes na versão narrada.

Se tais fatos realmente tivessem acontecido, teriam sido investigados internamente, e prontamente comunicados às autoridades policiais pela própria instituição, que não admite comportamento como este em nenhum lugar – e que aliás, e contraditoriamente, é também acusada por seu rigor quanto à moral sexual.

Quanto à acusação de tortura, igualmente não existe registro de qualquer fato que se assemelhe ou dê a conotação de tortura em nossas casas, bem como, não temos notícia de nenhum procedimento investigativo contra membros dos Arautos do Evangelho a esse respeito.

Quanto a falsa acusação de internação forçada em clínica psiquiátrica sem autorização da família, esclarecemos que ela foi realizada a conselho do médico que fez o atendimento emergencial, e a instituição apenas forneceu os meios adequados, para o devido tratamento da pessoa, que à época era membro dos Arautos do Evangelho. O procedimento também foi autorizado pela irmã do paciente, sendo que essa nunca pertenceu aos quadros dos Arautos do Evangelho.

Quanto à falsa acusação de humilhações, são distorções a respeito do código de disciplina, que é previamente conhecido pelo ingressante: caso ele queira realmente fazer parte, precisa usar os uniformes, cumprir horários, aceitar críticas e correções construtivas, seguir os preceitos morais determinados pelo ensinamento milenar da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, e servir aos mandamentos de Cristo. Essas são as obrigações a que todos os Arautos do Evangelho – inclusive os líderes – estão sujeitos mutuamente, sem que isso signifique nenhum abatimento ou rebaixamento próprios a configurar ‘humilhação’.

O conjunto de acusações veiculado por esse noticiário fundamenta-se apenas em relatos vagos e imprecisos, colhidos de determinados ex-integrantes em situação de inimizade com essa instituição, e que, talvez para silenciar suas consciências, empreenderam uma campanha caluniosa contra a Instituição e seus membros – a qual vem recebendo amplo apoio midiático.  

Desta forma, a Associação Arautos do Evangelho do Brasil vem, neste momento, buscar o restabelecimento da verdade, e solicitar que esses esclarecimentos sejam também tornados públicos por esse veículo de mídia, em observância das garantias legais e constitucionais que são asseguradas a todos.