Além de brilhar na CBF, João Doria é nomeado conselheiro na área da saúde por Alckmin. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 22 de junho de 2015 às 22:22
Eles
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No último Dia dos Namorados, 12 de junho, o governador Geraldo Alckmin nomeou os membros do Conselho Superior de Gestão em Saúde do Estado de São Paulo.

Entre os vinte contemplados no Diário Oficial, “na qualidade de representantes de áreas da iniciativa privada e do setor público”, está um nome que trafega com desenvoltura em várias plataformas: João Doria Jr.

Tucano desde quando isso não existia, Doria é dono da Lide, que se define como uma “associação de empresários, destinada a fortalecer o pensamento, o relacionamento e os princípios éticos de governança corporativa no Brasil”. Na prática, ele organiza reuniões para aproximar governos de empresários. O encontro anual em Comandatuba, na Bahia, é tradicional.

Tem também uma editora de revistas para divulgar as atividades do grupo e, principalmente, as dele mesmo. Essa editora recebeu 600 mil reais do governo Alckmin por um contrato de seis meses em 2014.

O mesmo Doria organizou um jantar em Nova York em torno de Fernando Henrique Cardoso no mês de abril. No dia seguinte, com o apoio da Câmara de Comércio dos EUA, levou empresários para tomar um café da manhã com Geraldo Alckmin. De acordo com o site Glamurama, estava lá o “top do top” (é inacreditável a capacidade que esse tipo de jornalismo tem de se superar na indigência sabuja).

Em maio, por indicação de Aécio Neves, amigo de Marco Polo del Nero e José Maria Marin, João Doria assumiu como chefe de delegação da seleção brasileira. No dia seguinte à estreia do time no Chile, voltou ao Brasil. Acabou retomando o “trabalho” depois de dois dias.

Doria não tem qualquer intimidade com o futebol e muito menos com a saúde, a não ser a própria — mas não é disso que se trata, obviamente. Em 2013, Alckmin afirmou o seguinte sobre o tal conselho: “Essa heterogeneidade é muito positiva porque conta com a presença de vários setores da sociedade”.

Geraldo anunciou um programa de ajuste fiscal em 2015. Cortou em várias pontas, menos na área que precisa estar vitaminada para divulgar seus feitos: a propaganda.

Despesas com assessoria de imprensa subiram mais de 24% em relação ao ano anterior e os gastos com “serviços de publicidade institucional” cresceram 140% nesse mesmo período.

O povo de São Paulo fica aliviado com a nomeação de João Doria Jr. como conselheiro num setor tão sensível. Parabéns aos envolvidos.