Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin de Bolsonaro, é alvo de operação da PF

Atualizado em 25 de janeiro de 2024 às 7:44
Jair Bolsonaro cumprimentando Alexandre Ramagem, chefe da Abin em seu governo. Reprodução

Nesta quinta-feira, uma operação da Polícia Federal tem como alvo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), sete policiais federais e três servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por suposto monitoramento ilegal realizado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Com informações do Globo.

A ação envolve 21 mandados de busca e apreensão, juntamente com medidas cautelares que incluem a suspensão imediata das funções públicas de sete policiais federais. As diligências estão sendo realizadas em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).

Segundo informações reveladas pelo Globo em março do ano passado, a Abin teria utilizado um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos previamente definidos por meio de dispositivos celulares.

Após a divulgação da notícia, a Polícia Federal iniciou uma investigação que identificou o uso da ferramenta para monitorar políticos, jornalistas, advogados e opositores de Bolsonaro. O FirstMile tinha a capacidade de rastrear os passos de até 10 mil pessoas por ano sem autorização judicial, bastando digitar um número de telefone no programa para acompanhar a localização através do mapa.

Carlos Bolsonaro tinha relação de proximidade com Ramagem mesmo antes de sua nomeação à Abin. Reprodução

A ferramenta, desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), era operada sem qualquer controle formal de acesso pela equipe de operações da agência de inteligência. De acordo com a PF, a operação atual é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, iniciada em outubro de 2023.

O inquérito revelou que as evidências obtidas durante as diligências da Polícia Federal indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela dentro da ABIN, utilizando ferramentas e serviços da agência para ações ilícitas. Isso inclui a produção de informações com fins políticos e midiáticos, visando benefícios pessoais e até mesmo interferindo em investigações da Polícia Federal.

A PF destaca que os investigados podem ser responsabilizados pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemáticas sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei.

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