Aliado de Bolsonaro descarta impeachment de Moraes: “Impossível”

Atualizado em 6 de agosto de 2025 às 15:31
Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro e atual presidente do Progressistas, afirmou nesta quarta (6) que o Congresso Nacional não tem votos suficientes para aprovar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar diz que o cenário político atual inviabiliza a proposta.

“Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre. Porque é uma pauta impossível”, declarou ao portal Metrópoles. A medida necessita de 54 votos no Senado para avançar.

“Nós não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante meus 32 anos de mandato, se tornou muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso”, prosseguiu Nogueira.

O senador também rebateu o argumento da oposição de que já teria obtido mais de 40 assinaturas para o pedido. Ele ressaltou que a prerrogativa de abrir o processo cabe exclusivamente ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). “Você pode chegar com 80 assinaturas, que não abre. É um poder do presidente do Senado”, avalia.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Foto: Reprodução

Parlamentares bolsonaristas vêm ocupando as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, exigindo que Alcolumbre paute o pedido de impeachment contra Moraes.

O senador também relembrou sua atuação no golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, para justificar sua avaliação. “Eu fui uma das pessoas responsáveis no impeachment da presidente Dilma, quando levei o Progressistas e os partidos de centro para vencer, quando nós tínhamos condição de vencer”, disse, indicando que não vê viabilidade semelhante no caso atual.

Ciro foi o primeiro parlamentar autorizado pelo STF a visitar Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília desde o início da semana. O encontro ocorreu na terça-feira (5) e teve caráter pessoal, segundo o senador.