O ex-senador Magno Malta (PL), que é pré-candidato ao Senado pelo Espírito Santo e aliado de Bolsonaro, dias depois de ser alvo de uma queixa-crime apresentada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), por calúnia, deletou ou tornou privados 1.136 vídeos em seu canal no YouTube. É o que revela um levantamento feito pela consultoria Novelo Data com base em dados da plataforma.
A conta de Malta tem quase 500 mil inscritos. O número de vídeos que deixaram de ser exibidos representa 77% do conteúdo que o ex-senador mantinha no canal. Hoje, 508 publicações estão no ar. De acordo com a Novelo, essa foi a maior limpeza já feita no perfil. As remoções começaram a partir do 17 de junho, três dias após a queixa-crime ser apresentada por Barroso.
Os vídeos que não estão mais disponíveis tratam de temas diversos. Há desde ataques e críticas ao STF e seus ministros a elogios à gestão do presidente Jair Bolsonaro e vídeos com temática religiosa.
O Supremo é citado explicitamente nos títulos de 25 deles. Em um deles, a Corte é classificada como “tribunal de exceção”. Em 17 publicações, havia já no título o nome de Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, chamado de “carrasco” em um deles. Em ao menos nove vídeos, o citado era Barroso. Um dos vídeos tinha como título “Pedindo o impedimento do Ministro Barroso”.