Aliados apostam que STF enviará Bolsonaro para a Papuda já na próxima semana

Atualizado em 3 de novembro de 2025 às 10:33
O ex-presidente Jair Bolsonaro na garagem de casa, em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar. Foto: Divulgação

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmam que o Supremo Tribunal Federal poderá enviá-lo ao presídio da Papuda já na próxima semana, após a análise dos embargos de declaração apresentados pela defesa. O político cumpre atualmente prisão domiciliar determinada no âmbito de outra investigação. A avaliação circula entre pessoas próximas ao ex-mandatário em Brasília nesta segunda-feira (3). Com informações de Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Integrantes da família de Bolsonaro relataram, sob reserva, que veem a transferência como tentativa de desgastá-lo politicamente. Para esses aliados, o regime fechado seria entendido como um gesto simbólico relacionado ao julgamento dos eventos golpistas. Publicamente, ninguém da defesa confirmou essa interpretação.

Apesar do receio, o entorno acredita que a permanência do ex-presidente na Papuda duraria poucas semanas. Depois desse período, a Corte poderia restabelecer a prisão domiciliar, considerando questões de saúde. Bolsonaro enfrenta sequelas da facada sofrida na campanha de 2018 e, neste ano, recebeu diagnóstico de câncer de pele.

Internamente, ministros do STF discutem alternativas para a execução da pena. Um magistrado com interlocução próxima ao ministro Alexandre de Moraes defende que Bolsonaro permaneça em casa, citando a concessão feita anteriormente ao ex-presidente Fernando Collor. O argumento central é a necessidade de acompanhamento médico constante.

Alexandre de Moraes, por outro lado, tem defendido a transferência para uma cela especial na Papuda. O espaço contaria com paredes brancas, televisão e ar-condicionado, medida destinada ao cumprimento de determinações legais de segurança. O desenho desse plano é debatido em caráter reservado.

Pátio para banho de sol do presídio federal no Complexo da Papuda, no Distrito Federal. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Quando questionado na sexta-feira (31) sobre a possibilidade da transferência, o STF não divulgou posição oficial. A análise dos embargos depende de movimentação do plenário, e qualquer decisão concatenará aspectos jurídicos e administrativos. O tribunal não estipulou prazo para publicação do despacho.

A condenação de Bolsonaro soma 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado e outros quatro crimes. O ex-presidente também descumpriu medidas cautelares em outra investigação, relacionada a suposto crime de coação no curso do processo, o que resultou em restrições adicionais impostas pela Justiça.

A defesa acompanha a movimentação do STF enquanto aguarda atualização do calendário de análise dos embargos. Aliados monitoram o cenário político na capital federal e afirmam que manterão diálogo com o tribunal para preservar as garantias previstas na legislação brasileira.