
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) deve antecipar novas sanções dos Estados Unidos contra membros da Corte e do Judiciário brasileiro, segundo aliados do ex-presidente com ligação direta à Casa Branca de Donald Trump. Com informações da coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.
Antes da ordem do magistrado, o grupo bolsonarista esperava uma pausa nas ações americanas, para que o sistema pudesse “digerir” as sanções aplicadas com base na Lei Magnitsky, também conhecida como “pena de morte financeira”, conforme afirmou o ex-apresentador Paulo Figueiredo.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Figueiredo e aliados próximos acreditavam que as medidas impostas por Trump levariam os ministros do STF a isolar Moraes internamente. Também esperavam que o movimento facilitasse a aprovação da proposta de anistia aos presos do 8 de janeiro, já pronta para votação em regime de urgência na Câmara, mas ainda sem data definida, pois segue parada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Com a nova ordem de prisão, os bolsonaristas preveem uma antecipação da inclusão de outras autoridades na lista da Magnitsky, como Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e o procurador-geral Paulo Gonet.
Segundo os interlocutores, a inclusão de Alexandre de Moraes na lista da Magnitsky na quarta-feira (30) foi resultado direto das pressões de Eduardo Bolsonaro, que desde março já ameaçava levar ministros do STF às sanções americanas. Um encontro recente entre lideranças do PL e Gilmar Mendes teria fracassado, pois o ministro afirmou que o Supremo não recuaria.
Já nesta segunda-feira (4), Moraes afirmou que Eduardo age como parte de “uma organização criminosa” e garantiu que STF, PGR e Polícia Federal “não se vergarão a essas ameaças”. A prisão domiciliar foi decretada após Jair Bolsonaro violar medidas cautelares em atos bolsonaristas, ao participar de videochamadas com Flávio Bolsonaro (PL) e Nikolas Ferreira (PL).