
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar a Jair Bolsonaro (PL), passou a ser usada por aliados como base para uma nova estratégia de vitimização do ex-presidente, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Nos bastidores, a estratégia do entorno político bolsonarista é tentar emplacar a imagem de um líder fragilizado, emocionalmente abalado e em possível estado depressivo.
De acordo com aliados, Bolsonaro já demonstrava sinais de instabilidade desde que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, em 18 de julho. “Oscila entre bons e maus momentos”, relatam aliados próximos, que se revezam em visitas para evitar que ele fique sozinho.
Segundo relatos, a prisão domiciliar o teria deixado mais fragilizado, principalmente no período noturno, quando não pode deixar sua residência. “Ele já se referia às medidas que o proibiram de deixar Brasília e de sair de casa após as 19h e aos fins de semana como prisão”, disse um auxiliar que convive com Bolsonaro.
Agora, com a nova decisão do STF, o ex-presidente está impedido de sair de casa a qualquer hora do dia, o que, para seus aliados, agravaria ainda mais seu estado emocional.
A estratégia de explorar a imagem de fragilidade emocional já foi usada após a derrota para Lula em 2022. Na ocasião, aliados também mencionaram que Bolsonaro teria entrado em estado de depressão. O discurso do silêncio, do isolamento e do luto foi adotado como forma de blindá-lo de enfrentamentos diretos com a Justiça.
Agora, o mesmo enredo parece estar sendo retomado, com o objetivo de mobilizar apoiadores e justificar o silêncio de Bolsonaro em meio ao agravamento das investigações sobre a trama golpista, na qual é réu junto a seus aliados.
Bolsonaro acompanhando as manifestações flopadas pelo celular. Pelo menos a tornozeleira serviu para evitar que ele perdesse tempo viajando para mais um fiasco. Carinha decepação na vídeo chamada. pic.twitter.com/WqDjXGGAyL
— GugaNoblat (@GugaNoblat) August 3, 2025