Aliados tentam vitimizar Bolsonaro e já falam em “depressão” após prisão domiciliar

Atualizado em 5 de agosto de 2025 às 8:14
Jair Bolsonaro participa de manifestação por videochamada. Foto: Reprodução

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar a Jair Bolsonaro (PL), passou a ser usada por aliados como base para uma nova estratégia de vitimização do ex-presidente, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Nos bastidores, a estratégia do entorno político bolsonarista é tentar emplacar a imagem de um líder fragilizado, emocionalmente abalado e em possível estado depressivo.

De acordo com aliados, Bolsonaro já demonstrava sinais de instabilidade desde que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, em 18 de julho. “Oscila entre bons e maus momentos”, relatam aliados próximos, que se revezam em visitas para evitar que ele fique sozinho.

Segundo relatos, a prisão domiciliar o teria deixado mais fragilizado, principalmente no período noturno, quando não pode deixar sua residência. “Ele já se referia às medidas que o proibiram de deixar Brasília e de sair de casa após as 19h e aos fins de semana como prisão”, disse um auxiliar que convive com Bolsonaro.

Agora, com a nova decisão do STF, o ex-presidente está impedido de sair de casa a qualquer hora do dia, o que, para seus aliados, agravaria ainda mais seu estado emocional.

A estratégia de explorar a imagem de fragilidade emocional já foi usada após a derrota para Lula em 2022. Na ocasião, aliados também mencionaram que Bolsonaro teria entrado em estado de depressão. O discurso do silêncio, do isolamento e do luto foi adotado como forma de blindá-lo de enfrentamentos diretos com a Justiça.

Agora, o mesmo enredo parece estar sendo retomado, com o objetivo de mobilizar apoiadores e justificar o silêncio de Bolsonaro em meio ao agravamento das investigações sobre a trama golpista, na qual é réu junto a seus aliados.