Alimentos ficam mais baratos e fazem inflação recuar a 0,26% em junho

Atualizado em 27 de junho de 2025 às 11:09
Mulher comprando ovos. Foto: ilustração

A prévia da inflação oficial no Brasil continuou sua trajetória de desaceleração pelo quarto mês seguido, com o IPCA-15 registrando alta de 0,26% em junho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27). O resultado, que representa o menor patamar desde 2023, ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetavam 0,3%.

Apesar da desaceleração geral, a inflação acumulada nos últimos 12 meses permanece em 5,27%, ainda acima do limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). O cenário mantém a pressão sobre o Banco Central, que poderá precisar se justificar ao Ministério da Fazenda caso o IPCA completo de junho não apresente deflação de pelo menos 0,57%.

Pela primeira vez em dez meses, o grupo de alimentos e bebidas apresentou deflação (-0,02%), com destaque para a queda nos preços do tomate (-7,24%), ovos (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%).

No entanto, a alimentação fora de casa continuou pressionando o orçamento, com alta de 0,55%, embora em ritmo menor que no mês anterior (0,63%). Itens como café moído (2,86%) e cebola (9,54%) também ficaram mais caros.

Energia elétrica volta a pressionar inflação

O principal vilão da inflação em junho foi mais uma vez a energia elétrica residencial, que subiu 3,29% devido à implementação da bandeira tarifária vermelha patamar 1 pela Aneel. A agência reguladora explicou que a redução da geração hidrelétrica e maior uso de termoelétricas justificam esse custo adicional.

Reajustes tarifários em capitais como Belo Horizonte (6,82%), Recife (4,58%) e Salvador (2,30%) também contribuíram para o aumento nas contas de luz.

Carrinho de mercado cheio de produtos. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Transportes apresentam alívio

Em contrapartida, os combustíveis trouxeram alívio aos consumidores, com queda de 0,69%, a maior desde novembro de 2023. Destaque para as reduções no óleo diesel (-1,74%), etanol (-1,66%) e gasolina (-0,52%). Medidas como gratuidades no transporte público em algumas cidades também ajudaram a conter a alta no segmento (0,06%).

Análise por grupos de despesa:

– Habitação: +1,08% (principal impacto da energia)
– Vestuário: +0,51%
– Saúde e cuidados pessoais: +0,29%
– Transportes: +0,06%
– Educação: -0,02%
– Alimentação e bebidas: -0,02%

O índice, que serve como prévia da inflação oficial, mede a variação de preços entre os dias 16 de maio e 13 de junho em 11 regiões metropolitanas. Considera nove grupos de produtos e serviços consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.