Alta do PIB surpreendeu os economistas, diz José Paulo Kupfer

Atualizado em 3 de dezembro de 2024 às 23:05
Jornalista José Paulo Kupfer. Foto: Reprodução

O jornalista José Paulo Kupfer destacou que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), de 0,9% em relação no trimestre anterior, superou as expectativas do mercado. Em um artigo publicado no UOL, o especialista questionou a teoria de que dívida pública alta desestimula investimentos. Confira trechos:

A economia brasileira continuou surpreendendo os economistas também agora no terceiro trimestre de 2024. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), em relação ao segundo trimestre foi de 0,9%, acima das projeções, que variavam de 0,6% a 0,8%, para o período. Os resultados do PIB, entre julho e setembro, foram divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE. […]

É uma alta forte, de 4%, quando se compara com o resultado do terceiro trimestre de 2023. Mas mostra uma desaceleração no ritmo de crescimento, na comparação com os trimestres anteriores de 2024. A economia avançou 1,1%, nos primeiros três meses do ano, depois de crescer 1,4%, no período abril a junho. […]

Caso a economia cresça 3,5% em 2024, os dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula acumularão alta do PIB de 6,9%. É mais do que o mercado, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, esperava, no início de 2023, para todos os quatros anos do governo. Naquele momento, as projeções do mercado financeiro sinalizavam que a economia não acumularia, nos quatro anos de Lula, crescimento acima de 6,3%. […]

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dos países que já divulgaram o desempenho de suas economias no terceiro trimestre, o Brasil aparece em quarto lugar entre os de maior crescimento. Só perde para Indonésia (mais 1,5%), Índia (mais 1,3%) e México (mais 1,1%), empatando com a China. […]c

Observa-se desaceleração no investimento depois da alta de 4,5% sobre o trimestre anterior, no primeiro trimestre de 2024, mas o avanço tem ficado, trimestre a trimestre, acima de 2%. Em relação ao mesmo terceiro trimestre de 2023, a expansão chegou quase a 11%, fazendo com que esteja garantido um crescimento de pelo menos 7% para conjunto de 2024. […]

O fato é que a radiografia do desempenho do PIB no terceiro trimestre contradiz a teoria segundo a qual o impulso fiscal positivo, ao pressionar a dívida pública, produz aversão ao investimento. Na verdade, dependendo da situação, o investimento sobe quando a economia cresce, sem tanta preocupação com a relação entre a dívida pública e o PIB. […]

Isso é ainda mais verdadeiro quando o consumo das famílias está em alta, como é o caso da economia brasileira, neste momento. Com avanço de 5,5% sobre o terceiro trimestre de 2023, e 1,5%, no terceiro trimestre em relação ao segundo, o consumo deve avançar mais de 5,5% em 2024 sobre 2023. […]

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