Alvo da molecagem de Bolsonaro, Feder se antecipa e recusa convite para Educação. Por Joaquim de Carvalho

Atualizado em 5 de julho de 2020 às 15:11
Renato Feder

O governo Bolsoanaro não é sério e é altamente radiativo, como mostram as publicações de Renato Feder, secretário de Educação do Paraná.

Desde que foi convidado por Jair Bolsonaro para ser ministro da Educação, caiu em desgraça. Surgiram denúncias contra ele e militantes ligados a Olavo de Carvalho começaram a desconstruí-lo na rede social.

Hoje, ele deu um basta, antes que fosse escalpelado como o ex-futuro ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva.

Na rede social, comunicou que, apesar de convidado por Bolsonaro, rejeitava o convite.

“Recebi na noite da última quinta-feira uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação. Fiquei muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná. Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, afirmou.

O caso Feder confirma que Jair Bolsonaro é um homem confuso e sem palavra.

Na hipótese de que seja verdade que convidou o secretário do Paraná para ser ministro — e não haveria por que Feder mentir –, o que explica que, ontem mesmo, dois dias depois do convite, dissesse a parlamentares que ele estava descartado? Só o comportamento leviano explica.

Imagine se Feder tivesse pedido demissão do governo do Paraná?

O comportamento de Bolsonaro, considerando a versão de Feder, pode ser definido em uma palavra: molecagem.

Antes de comunicar, de maneira polida, que o cargo de ministro no governo Bolsonaro não lhe interessa, Feder já havia se manifestado sobre o que considera informações falsas divulgadas pela rede bolsonarista. Escreveu:

Diante de muitas informações falsas divulgadas ao meu respeito, gostaria de esclarecer:

1. Desde janeiro de 2019, tenho me dedicado a melhorar a educação pública do Paraná, como secretário estadual de Educação, junto ao governador Ratinho Junior. Sou graduado em Administração pela FGV e mestre em economia pela USP. Em 2003, assumi a Multilaser com 150 colaboradores e hoje ela tem cerca de 3.000 funcionários, tornando-se uma das trezentas maiores empresas do Brasil. Em 2018, saí da operação da empresa para me dedicar à educação pública. Paralelo a isso, trabalho com educação há 20 anos, como professor de matemática, economia e diretor de escola filantrópica.

2. Não sou vinculado a qualquer instituição educacional privada e a nenhuma ONG.

3. É falso que tenha havido divulgação de livros com ideologia de gênero no Paraná. Não existe nenhum material com esse conteúdo aprovado ou distribuído pela Secretaria.

4. Não sou, nem nunca fui filiado a partido político, mas respeito a política como instituição legítima de discussão e resolução das questões da sociedade.

5. Sou a favor de uma educação que coloca alunos e professores no centro do processo. Um ensino que foca no aprendizado, no domínio da matemática, português e demais disciplinas.

6. Graças às professoras e aos professores do Paraná, e com o sólido trabalho do nosso governador Ratinho Junior, estamos implantando o maior programa de tecnologia educacional do País. Nossos alunos continuam aprendendo com qualidade, e não perderam nenhum único dia de aula durante a pandemia da Covid-19. Agora, em julho, iniciamos também oferta de aulas de programação de computador.

7. Escrevi um livro quando tinha 26 anos de idade. Hoje, mais maduro e experiente, mudei de opinião sobre as ideias contidas nele. Acredito que todos podem e devem evoluir em relação ao que pensavam na juventude. Gostaria de ser avaliado pelo que eu penso e faço hoje, como um gestor público, ao invés de um livro escrito quinze anos atrás.

8. Tenho convicção de que a minha missão de vida é ajudar na educação do nosso país, sinto-me feliz fazendo esse trabalho e podendo devolver ao Brasil um pouco das bênçãos que recebi na vida. Sou grato à equipe de profissionais excelentes que me apoiam no dia a dia e às famílias que confiam a nós seus filhos. Neste ano, em plena pandemia da Covid-19, batemos recorde de inscrição no Enem e mais de 10.000 famílias transferiram seus filhos do ensino privado para o público no Paraná. Não existe melhor prova do que isso de que estamos em um bom caminho.

Renato Feder
Secretário de Estado da Educação do Paraná

Seja quem for o próximo ministro da Educação, sabe-se que entrará completamente desprestigiado.

O Brasil hoje é um país à deriva, sem ministro da Saúde, em plena pandemia, sem ministro da Educação e com um secretário de Cultura cuja obra relevante foi posar seminu para um publicação, exibindo a bunda roliça, como diria o jornalista Fernando Moraes, bundinha que ocupa hoje uma cadeira que já de Celso Furtado.

Neste governo, só entram os piores, como Abraham Weintraub, Damares Alves, Ricardo Salles e Ernesto Araújo.

Este é o governo que representa o triunfo da ignorância. Pobre Brasil.