
O ex-ministro da Previdência do governo Jair Bolsonaro, José Carlos Oliveira, que mudou o nome para Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (13) e terá de usar tornozeleira eletrônica por determinação judicial, conforme informações do Metrópoles.
A medida integra a nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS.
Segundo fontes da PF, Oliveira será monitorado após autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão inclui ainda mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-ministro, que chefiou a Previdência no governo Bolsonaro e agora é investigado por crimes como organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva e ocultação de bens.
Os presos não devem ser ouvidos hoje. Eles passarão por audiência de custódia antes de eventual encaminhamento ao sistema prisional. As medidas foram autorizadas pelo ministro do STF André Mendonça, relator do caso.

Presos ligados à Conafer e movimentações suspeitas
A operação também prendeu pessoas ligadas à Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), uma das entidades sob investigação pelos descontos irregulares. Foram detidos:
- Vinicius Ramos da Cruz, ligado ao Instituto Terra e Trabalho da Conafer;
- Tiago Abraão Ferreira Lopes, vice-presidente da Conafer;
- Samuel Crisóstomo do Bonfim Júnior, contador da entidade;
- Cícero Marcelino, apontado como operador ligado à confederação.
Segundo a Folha de S.Paulo, a Conafer registrou transações atípicas que somam R$ 796,8 milhões entre 2022 e 2025, conforme relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Atuação da PF em 15 estados
A PF cumpre 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva em 15 estados e no Distrito Federal. A investigação aponta que o grupo inseria dados falsos em sistemas do INSS para permitir descontos não autorizados, gerando prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Entre os crimes investigados estão organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva e ocultação de bens.