Alvo de operação da PF, Bolsonaro irá a João Pessoa para receber título de cidadão pessoense

Atualizado em 13 de fevereiro de 2024 às 12:08
Jair Bolsonaro com expressão de preocupação e mão na cabeça
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. Foto: Agência Brasil

No próximo dia 16 de fevereiro, a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) fará uma sessão solene, para entrega do Título de Cidadão Pessoense ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A propositura, aprovada em março de 2019, é do vereador Carlão (PL). Na época, a votação teve apenas 3 votos contra, 12 a favor e 2 abstenções. A decisão acontece em meio a diversos problemas da cidade, que deixaram de ser debatidos e priorizados. A ida de Bolsonaro segue confirmada.

Na CMJP, na terça-feira (6), foi apresentado e aprovado a data da sessão solene para entrega do título. Ao mesmo tempo, a Câmara negou duas Audiências Públicas, sendo uma para debater o transporte coletivo e outra para debater o meio ambiente. A primeira é uma proposta do vereador Junio Leandro (PDT), devido ao aumento da passagem em João Pessoa e a qualidade do serviço oferecido à população; A segunda foi é propositura do vereador Marcos Henriques (PT), em razão da derrubada de árvores e o aumento da temperatura na cidade.

Com relação à entrega do título, uma situação que poderá acarretar no cancelamento da vinda de Bolsonaro é o desdobramento da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF). Na última quinta (8), o dia amanheceu agitado, com possibilidade da prisão do ex-presidente, um dos alvos da PF. A operação apura uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Além de Bolsonaro, ex-assessores e ex-ministros de seu governo são investigados. O paraibano Tércio Arnaud Tomaz é um desses ex-assessores, ele teve seu celular apreendido.

Sede da Câmara Municipal de João Pessoa. Foto: Divulgaão/CMJP
Problemas de João Pessoa e concessão do título

De acordo com Marcos Henriques, que se posicionou contrário na época da votação da concessão do título a Bolsonaro, no último dia 6 de fevereiro, o líder do governo Bruno Farias (Cidadania), a mando do prefeito Cícero Lucena (PP), pediu para a bancada votar contra as duas proposituras de audiência pública: meio ambiente e transporte coletivo. A audiência pública para debater o transporte coletivo seria no mesmo dia que foi marcada a sessão solene para entrega do título a Bolsonaro.

“Lamentável, isso mostra a ditadura da Câmara Municipal, mostra a falta de democracia, afinal de contas o vereador tem a prerrogativa de debater os temas importantes à cidade”, destaca Marcos Henriques.

A passagem de ônibus em João Pessoa, com o aumento foi para R$ 4,90, sendo a segunda mais cara do Nordeste, atrás apenas da passagem de Salvador (BA). Com relação a propositura sobre o meio ambiente, em João Pessoa, segundo Marcos Henriques, já foram derrubadas 470 árvores, em fator do Plano Diretor.

A CMPJ mostra conservadorismo na aprovação de leis que vão de encontro a pautas democráticas. Atualmente, são vereadores de João Pessoa: Bispo José Luiz (Republicanos), Bosquinho (PV), Bruno Farias (Cidadania), Carlão (PL), Chico Do Sindicato (Avante), Coronel Sobreira (MDB), Damásio Franca (PP), Dinho (Avante), Dr. Luís Flávio (PSDB), Durval Ferreira (PL), Eliza Virgínia (PP). Emano Santos (PV), Guga (PP), Junio Leandro (PDT), Mangueira (PP), Marcílio Do Hbe (Patriota), Marcos Bandeira (PMB), Marcos Henriques (PT) Marmuthe Cavalcanti (Republicanos), Mikika Leitão (MDB), Milanez Neto (PV), Odon Bezerra (PSB), Professor Gabriel (Avante), Tarcísio Jardim (PP), Thiago Lucena (PRTB), Toinho Pé De Aço (PMB) e Zezinho Botafogo (PSB).

Em sua rede social, o vereador Junio Leandro comenta que “é incrível o medo de alguns vereadores de trazer a população para cá [CMJP] para debater os temas da cidade de João Pessoa. […] A cidade de João Pessoa não é prioridade? Se for para trazer o povo [para a CMJP], para debater o absurdo do aumento da passagem não pode, agora para entregar o título ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a Casa aprova”, questiona.

Originalmente publicado no Brasil de Fato PB

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