Alvos de Moraes provocam o ministro após sanções dos EUA

Atualizado em 29 de maio de 2025 às 12:29
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Foto: reprodução

Alvos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocaram o magistrado na última quarta-feira (28) nas redes sociais, após o governo de Donald Trump anunciar restrições de vistos nos Estados Unidos para quem for considerado responsável por censurar empresas e cidadãos americanos e residentes.

A decisão, divulgada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, não cita nominalmente Moraes, mas foi feita uma semana depois de ele afirmar que o ministro tinha “grande possibilidade” de ser punido.

Embora nenhuma autoridade estrangeira tenha sido nomeada, diplomatas avaliam que a medida pode prejudicar o magistrado brasileiro. Rubio afirmou que as sanções podem atingir autoridades “da América Latina, da Europa ou de qualquer outro lugar”.

Chris Pavlovski, diretor-executivo da plataforma Rumble, aproveitou para provocar Moraes nas redes sociais. No X, ele escreveu: “Querido Alexandre de Moraes, talvez agora seja a hora de deixar o Rumble voltar ao Brasil? O que você diz?”.

A plataforma está suspensa no país desde fevereiro, após se recusar a cumprir ordens do STF e não indicar representante legal no Brasil.

Na decisão que levou ao bloqueio, Moraes apontou a “manutenção e ampliação da instrumentalização” da plataforma por milícias digitais, com “massiva divulgação de discursos nazistas, racistas, fascistas, de ódio e antidemocráticos”.

O ex-conselheiro sênior de Trump, Jason Miller, também provocou Moraes nas redes. Ele compartilhou a postagem de Rubio no X com a legenda: “Compartilhe isso com alguém que imediatamente venha à mente quando você lê isso. Ok, vou começar… Oi, @alexandre”, marcando um perfil desatualizado do ministro, que desativou sua conta na plataforma.

Miller, que já foi ouvido em um inquérito de Moraes em uma viagem ao Brasil, tem ajudado o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a buscar sanções contra o magistrado nos EUA.

Em 2021, ao deixar o Brasil após uma visita a Brasília para encontrar o “bananinha”, o norte-americano foi levado por policiais à sala da Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de Brasília, onde prestou depoimento no inquérito das fake news, que na época estava sob comando de Moraes.

O governo americano ainda estuda aplicar a Lei Magnitsky, usada para punir qualquer autoridade estrangeira acusada de corrupção ou violação de direitos humanos. Com a medida, o magistrado poderia ser impedido de negociar com cidadãos ou empresas dos Estados Unidos, além de ter contas em plataformas com sede no país bloqueadas.

A iniciativa foi articulada por Eduardo Bolsonaro, que fugiu para o país em março, e outros parlamentares bolsonaristas, que têm conversado com membros do Partido Republicano, de Donald Trump, para punir Moraes.