“Tico Santa Cruz é um nome de esquerda que se uniu ao protesto”, diz líder do MBL sobre ato do grupo contra Bolsonaro

Atualizado em 5 de setembro de 2021 às 9:56
Amanda Vettorazzo
Amanda Vettorazzo falou sobre as manifestações contra o Bolsonaro – Foto: Reprodução/Instagram

O MBL fará manifestação “alternativa” no dia 12 de setembro contra Jair Bolsonaro. Amanda Vettorazzo, uma das líderes do grupo, acredita que os atos podem acarretar o impeachment do presidente.

Em entrevista ao DCM, ela dá detalhes da organização dos protestos. Amanda explica que a única pauta é pedir a retirada de Bolsonaro do poder. Vettorazzo ainda relata que nomes da esquerda estarão presentes, como o músico Tico Santa Cruz.

DCM: Um grupo de oposição ao Bolsonaro promete ir às ruas no dia 7 de setembro, mesma data que bolsonaristas farão seus atos. Você acha que há risco de confronto no dia 7 de setembro?

Amanda: A polarização esquentou o clima da política no país, muitas pessoas estão passionais devido a problemas trazidos pela pandemia. Todavia, acredito que as forças de segurança do estado estejam preparadas para um eventual conflito.

Num eventual segundo turno, sem opção, você votaria em quem? Lula ou Bolsonaro? E por quê?

Voto nulo. O “bolsopetismo” é real e não acho que o brasileiro deva viver entre a desgraça e a decadência.

O MBL tem trabalhado para os protestos do dia 12 de setembro. Renan Santos tem pedido diariamente apoio financeiro para que as manifestações ocorram. Há alguma chance de elas serem canceladas por falta de verba?

O público está muito engajado e temos realizado ações de muito sucesso. Nosso sentimento é que dia 12 irá surpreender. A maior dificuldade foi conseguir encontrar uma data segura para todos irem às ruas. Nossa surpresa foi o engajamento da militância cada vez maior em nossos atos de divulgação.

Se um eleitor de esquerda quiser participar da manifestação, ele poderá?

Sem dúvidas, todos serão bem-vindos. Tico Santa Cruz é um nome de esquerda que se uniu aos protestos.

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Quais as reivindicações serão feitas nos atos do dia 12 de setembro?

Nossa pauta é única: impeachment de Jair Bolsonaro.

Arthur do Val é pré-candidato ao governo de SP e há pré-candidatos aos cargos de deputados. Como separar uma “campanha” com o objetivo das manifestações?

Alessandro Vieira, Simone Tebet, João Amoedo e Henrique Mandetta são nomes cogitados para o pleito de 2022 e estarão no ato. Está muito claro desde a convocação, a manifestação não é pré-campanha, é fora Bolsonaro. Esse foi, inclusive, um dos motivos de não irmos nos protestos da esquerda, que muito parecia um comício lulista.

Após as manifestações, você acredita que os deputados terão coragem de pautar o impeachment?

No dia 10 o STF deve julgar uma ação do Kim Kataguiri e Rubinho Nunes para estabelecer um prazo ao presidente da Câmara para abrir ou rejeitar os pedidos de impeachment. Há uma confluência de fatores que podem desencadear no afastamento do presidente.