“Ameaça grotesca”: como o governo venezuelano reagiu ao bloqueio de Trump a petroleiros

Atualizado em 17 de dezembro de 2025 às 12:25
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e sua vice, Delcy Rodríguez. Foto: Reprodução

A Venezuela classificou como “irracional” e uma “ameaça grotesca” o bloqueio “total e completo” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra todos os petroleiros venezuelanos sob sanção. A reação oficial foi divulgada nesta terça-feira (16) pela vice-presidente Delcy Rodríguez, em comunicado publicado pela mídia estatal de Caracas.

Segundo o governo venezuelano, a medida revela as “verdadeiras intenções” de Trump. “O presidente dos Estados Unidos pretende impor, de maneira absolutamente irracional, um suposto bloqueio militar naval à Venezuela com o objetivo de roubar as riquezas que pertencem à nossa Pátria”, afirmou Rodríguez.

A vice-presidente disse ainda que o país irá denunciar o caso e defender seus direitos, além de pedir apoio do povo dos EUA e de outras nações para rejeitar “essa ameaça extravagante”.

O que diz Trump

O bloqueio foi anunciado por Trump em uma postagem na rede Truth Social. Na mensagem, o presidente afirmou que o governo de Nicolás Maduro foi designado como “organização terrorista estrangeira” e justificou a decisão com acusações de terrorismo, tráfico de drogas, contrabando e tráfico de pessoas.

“Pelo roubo de nossos ativos e por muitas outras razões, incluindo terrorismo, contrabando de drogas e tráfico de pessoas, o regime venezuelano foi designado como uma organização terrorista estrangeira. Portanto, hoje estou ordenando um bloqueio total e completo de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela”, escreveu.

A decisão foi anunciada uma semana após os EUA apreenderem um petroleiro na costa venezuelana, ação que Caracas classificou como “ato de pirataria naval” e denunciou ao Conselho de Segurança da ONU.

Washington afirma que o navio integrava uma “rede ilegal de envio de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras”.

Ainda não está claro como o bloqueio será imposto na prática, nem se haverá uso direto da Guarda Costeira ou das Forças Armadas, embora os EUA tenham deslocado milhares de soldados e navios de guerra para o Caribe.